O Banco Central divulgou, nesta segunda-feira (6), que houve queda de cerca de 40% nos investimentos estrangeiros diretos nos primeiros nove meses do ano, para US$ 41,63 bilhões. No mesmo período do ano passado, chegaram ao Brasil US$ 68,83 bilhões. A explicação para a queda é a desaceleração da economia global no período.
Na parcial do ano, esse é o menor valor apontado desde 2020, quando houve ingresso de US$ 31,22 bilhões no país entre janeiro e setembro. A série histórica do Banco Central para este indicador tem início em 1995.
Em setembro, os investimentos diretos no país totalizaram US$ 3,75 bilhões, contra US$ 9,63 bilhões no mesmo mês de 2022.
De acordo com o Boletim Focus, divulgado hoje pelo Banco Central, o mercado financeiro reduziu de US$ 72 bilhões para US$ 70 bilhões o ingresso de investimentos estrangeiros diretos ao país, enquanto caiu de US$ 80 bilhões para US$ 74,6 bilhões a previsão para 2024.
Países emergentes, como o Brasil, acabam sofrendo as consequências das decisões dos bancos centrais do mundo, como o Fed (Federal Reserve, o BC dos Estados Unidos), quando decidem aumentar as taxas de juros para conter a escalada da inflação, como vimos acontecer este ano.
Mas, na semana passada, o Fed decidiu manter, pela segunda vez consecutiva, a taxa de juros inalterada no patamar de 5,25% a 5,50%, após dados econômicos mais promissores. A decisão da autoridade monetária da maior economia do mundo trouxe otimismo para o restante do globo.
Além de investimentos estrangeiros, déficit nas contas externas também tem queda na parcial do ano
Conforme os dados divulgados pelo BC hoje, o déficit nas contas externas mostrou queda de 39,8% na parcial dos nove primeiros meses deste ano, quando somou US$ 20,9 bilhões. No mesmo período do ano passado, o montante registrado foi de -US$ 34,69 bilhões.
As transações correntes são formadas por balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).
No mês passado, as contas externas registraram um rombo de US$ 1,38 bilhão, em comparação com um resultado negativo de US$ 6,94 bilhões no mesmo período do ano passado. A explicação dada pelo BC é que a queda está relacionada principalmente à melhora da balança comercial no período.
Para este ano, o BC projeta um rombo de US$ 45 bilhões nas contas externas neste ano.
Também houve uma melhora na conta de serviços neste ano. Entretanto, as remessas de rendas ao exterior se elevaram.
Crescem gastos de brasileiros no exterior
Nos nove primeiros meses deste ano, as despesas de brasileiros no exterior somaram US$ 10,97 bilhões, ante US$ 8,99 bilhões no mesmo período de 2022.
Em setembro, os gastos somaram US$ 1,24 bilhão, aumento em relação ao mesmo mês do ano passado (US$ 907 milhões).
As despesas de brasileiros fora do país são influenciadas por fatores como o nível de atividade econômica – que apresenta estabilidade nesse ano – e o preço do dólar, usado nas transações internacionais.
Em 2022, a moeda norte-americana fechou em queda de 5,3%, cotada a R$ 5,28. Na sexta-feira passada (3), o dólar fechou a R$ 4,8963, com queda de 1,54%, no mercado à vista. Nos últimos quatro dias de operação, a moeda norte-americana recuou 2,33%.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias