A Petrobras registrou lucro de R$ 26,6 bilhões no terceiro trimestre de 2023, queda de 42,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. A companhia justificou a piora no resultado como reflexo, principalmente, da queda do valor do petróleo e a redução das margens dos derivados no mercado internacional.
Quando comparado o resultado do terceiro com o segundo trimestre, a redução no lucro foi de 7,5%. A diferença entre os dois períodos foi justificada pela desvalorização do real frente ao dólar.
“É importante ressaltar que essas variáveis afetaram não só a Petrobras, mas a indústria de óleo, gás e derivados como um todo. Ainda assim o fluxo de caixa operacional (FCO) da Petrobras está acima da média das empresas globais de petróleo (majors)”, diz a companhia em nota.
No comunicado, a Petrobras diz também que o cenário do terceiro trimestre de 2022 foi “atípico de preço alto de Brent que levaram a resultados financeiros recordes para as companhias de petróleo”.
A empresa diz ainda que “com elevada performance operacional e crescimento da sua produção de petróleo, gás e derivados”, registrou Ebitda (geração de caixa) ajustado de R$ 66,2 bilhões no trimestre trimestre de 2023, crescimento de 17% em comparação com o segundo trimestre. Mas, na comparação da base analisada deste ano com a mesma do ano passado, o Ebitda caiu 27,6%.
Segundo a empresa, foi a sexta melhor marca trimestral da história da Petrobras e o resultado é consequência, principalmente, da valorização de 11% do preço do petróleo (Brent), maiores exportações de petróleo e vendas de derivados no mercado interno e menores importações de Gás Natural Liquefeito (GNL).
Contudo, no ano, a Petrobras acumula lucro de R$ 93,5 bilhões, queda de 35,5% em relação ao ano anterior. A empresa fechou o terceiro trimestre com receita de R$ 124,8 bilhões, queda de 26,6% em relação ao mesmo período de 2022.
No trimestre, a empresa vendeu seus derivados de petróleo pelo preço médio de R$ 464,1 por barril, queda de 33% em relação ao terceiro trimestre de 2022. A cotação média do petróleo Brent, que baliza o valor das exportações da companhia, caiu 14%, para US$ 86,76 por barril.
Conselho de administração da Petrobras aprova distribuição de R$ 17,5 bi em dividendos
Devido ao resultado, o conselho de administração da estatal aprovou a distribuição de R$ 17,5 bilhões em dividendos, elevando a R$ 57 bilhões o valor da remuneração a acionistas já aprovado em 2023, ano em que a política de dividendos foi alterada para reduzir o valor dos pagamentos.
Em agosto, a estatal anunciou uma política para reduzir a distribuição de dividendos trimestrais para, pelo menos, 45% de seu fluxo de caixa livre. O percentual é abaixo dos 60% que costumava distribuir. O fluxo de caixa livre é a diferença entre o caixa gerado nas operações descontado dos investimentos realizados no período.
Em nota, a empresa defendeu que o valor aprovado pelo conselho é compatível com sua sustentabilidade financeira e está alinhado ao compromisso de geração de valor para a sociedade e para os acionistas, assim como às melhores práticas da indústria mundial de petróleo e gás natural.
Apesar do resultado financeiro impactado, a empresa registrou forte crescimento em sua produção de petróleo e gás, que chegou a 2,88 milhões de barris por dia, quase 9% superior ao mesmo período de 2022. Suas vendas de combustíveis cresceram 1,3%, para 1,82 milhão de barris por dia.
Foi o primeiro trimestre completo sob a nova política de preços da companhia, que deixou de seguir a paridade internacional de preços a partir de maio. Responsável pela produção de combustíveis, a área de refino da empresa teve queda de 45% no lucro, para R$ 4 bilhões.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias