Subiu de oito para 10 a lista de produtos do agronegócio nos quais o Brasil foi líder em exportação em 2023. Foram acrescentados à lista milho e farelo de soja. No primeiro caso, o país assumiu o lugar dos Estados Unidos; no segundo, a liderança era da Argentina.
De acordo com a coluna Agrofolha, da Folha de S.Paulo, o Brasil liderou, em 2023, as exportações mundiais de soja, açúcar, café, suco de laranja, carne bovina, carne de frango, tabaco e celulose, e mais os dois novos produtos.
O volume exportado compensou a queda dos preços internacionais das commodities, fazendo com que o agronegócio brasileiro atingisse o recorde mundial de US$ 167 bilhões em exportações em 2023, 5% a mais do que em 2022.
Por outro lado, as importações recuaram para US$ 39,5 bilhões, 24% a menos. Os dados incluem alimentos e parte dos insumos utilizados pela agropecuária.
Em 2023, a balança comercial brasileira registrou superávit recorde de US$ 98,8 bilhões, o maior da série histórica que teve início em 1989. Comparativamente a 2022, o aumento foi de 60,6%. Em 2022, o Brasil registrou superávit (exportações superam as importações) de US$ 61,5 bilhões.
Houve superávit de US$ 9,4 bilhões em dezembro, o que fez o resultado acumulado no ano subir. A alta foi de 106,5% em relação ao mês em 2022 (US$ 4,5 bilhões).
O setor agropecuário respondeu por 24% do resultado, alta de 9% na comparação com 2022.
Agronegócio: Brasil deve perder as lideranças conquistadas este ano
Segundo informações da coluna da Folha, as duas novas lideranças mundiais conquistadas pelo Brasil em 2023 deverão ser perdidas neste ano, porque os dois antigos líderes tiveram problemas pontuais em suas produções.
Enquanto, em 2023, o Brasil exportou 55,9 milhões de toneladas de milho, os norte-americanos tiveram queda de volume, com a venda de 42,1 milhões de toneladas do grão ao mercado internacional, abaixo dos 63 milhões e dos 70 milhões dos dois anos imediatamente anteriores.
Já os argentinos perderam a liderança do mercado de farelo de soja devido a uma queda desvastadora na produção de soja por problemas climáticos. Normalmente próxima de 50 milhões de toneladas por ano, a safra do país vizinho recuou para 20 milhões no ano passado.
Isso fez com que os argentinos obtivessem apenas US$ 12,1 bilhões com as exportações do complexo soja (grãos, farelo, óleo e biodiesel) de janeiro a novembro do ano passado, 46% a menos do que em igual período de 2022.
Além disso, os argentinos tiveram de importar soja do Brasil e do Paraguai para recompor estoques e cumprir contratos de exportação.
Na balança do agronegócio brasileiro, quatro produtos foram responsáveis pelo grande salto. As vendas de soja somaram o recorde de 102 milhões de toneladas, gerando divisas de US$ 53,2 bilhões; carnes “in natura” geraram US$ 22 bilhões, lideradas por frangos e por bovinos; as vendas de açúcar atingiram 31,5 milhões de toneladas, com receitas de US$ 16 bilhões; e as de milho, 55,9 milhões, trazendo para o país US$ 13,6 bilhões.
Redação ICL Economia
Com informações da coluna Agrofolha, da Folha de S.Paulo