O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vai participar de uma série de eventos e reuniões bilaterais, na próxima semana, na esteira da reunião do G20, que aconteceu no Rio de Janeiro. Na capital paulista, vão ocorrer encontros com ministros das Finanças e presidentes de Bancos Centrais do fórum que reúne as 20 maiores economias do mundo.
Na ocasião, Haddad vai aproveitar para anunciar medidas de proteção cambial para investimentos de longo prazo, segundo duas fontes do governo. Os encontros vão ocorrer na quarta (28) e quinta-feira (29).
Estão previstas quatro sessões de reuniões entre os ministros e presidentes dos BCs, com temas relacionados a desigualdade, crescimento, estabilidade financeira, tributação internacional e dívidas dos países.
Em entrevista à GloboNews, Haddad disse que também pretende propor a cobrança de imposto sobre heranças por meio de uma norma internacional.
Na manhã da próxima segunda-feira (26), Haddad e outras autoridades receberão a imprensa para anunciar instrumentos voltados a proteger investidores privados de riscos cambiais relacionados a investimentos de longo prazo.
De acordo com informações da agência Reuters publicadas no site da CNN, o plano incluirá o estabelecimento de um canal para a oferta de cerca de US$ 2 bilhões em derivativos cambiais e a autorização para que o Banco Central alongue sua carteira de swaps, entre outros pontos.
Haddad também terá reuniões bilaterais com ministros da Rússia, Estados Unidos, Noruega, França, Portugal e Arábia Saudita, além de chefes do FMI e banco do Brics; e também participará de eventos promovidos pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil, bem como um fórum sobre mudanças climáticas.
No encerramento da reunião do G20, Mauro Vieira destaca reforma de instituições
O governo brasileiro, que ocupa a presidência do G20 desde dezembro com encerramento do mandato temporário em novembro, pretende aproveitar a oportunidade para pautar discussões sobre redução de desigualdades e reforma de instituições multilaterais, como ONU (Organização das Nações Unidas), Banco Mundial e FMI (Fundo Monetário Internacional).
Ontem (22), o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, fez um pronunciamento à imprensa após o encerramento da primeira Reunião Ministerial do G20 no Brasil. O chanceler reiterou a necessidade urgente de reforma na governança global e da importância de ações concretas para resolver os conflitos no mundo.
O encontro aconteceu nos dias 21 e 22 de fevereiro no Rio de Janeiro, com a presença de 45 delegações, incluindo países membros, convidados e organizações internacionais.
Vieira disse que, durante as sessões de trabalho, os participantes expressaram suas preocupações e pontos de vista sobre as tensões geopolíticas atuais, com ênfase nos conflitos na Ucrânia e na Palestina.
O chanceler também disse que “todos concordaram” com a reforma da governança global, com foco nas principais instituições multilaterais, como a ONU, a OMC (Organização Mundial do Comércio), o Banco Mundial e o FMI. Destacou também a importância de conferir maior representatividade aos países em desenvolvimento e de fortalecer os mecanismos de solução de controvérsias, como vem defendendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A proposta apresentada pelo Brasil foi a realização de uma segunda reunião de chanceleres do G20 em setembro, durante a abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York. Essa iniciativa pretende promover um amplo debate sobre os temas discutidos no G20 e reforçar o compromisso com a reforma da governança global.
Brasil discute aliança contra a fome e a pobreza
O Brasil realizou, na quarta-feira (21), a primeira reunião técnica virtual da Força-Tarefa do G20 para o estabelecimento de uma aliança global contra a fome e a pobreza. A iniciativa foi proposta pelo presidente Lula, assim que o Brasil assumiu a presidência rotativa do G20.
Durante o encontro on-line, que discutiu como deve ser o termo de adesão dos países interessados em ingressar na aliança global, o Brasil propôs o financiamento de ações contra a fome e a pobreza, por países ricos do G20 e por grandes empresários. “O presidente Lula coloca o G20 como parceiro destacado, somando-se a outros esforços para alcançar os resultados, disse o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, na reunião.
“A Aliança é um mecanismo prático para mobilizar recursos financeiros e conhecimento de onde são mais abundantes e canalizá-los para onde são mais necessários, apoiando, assim, a implementação e a ampliação da escala das ações, políticas e programas no nível nacional”, afirmou.
Estudos de organismos internacionais mostram a necessidade de financiamentos de cerca de US$ 78 bilhões por ano para alcançar o objetivo de tirar pessoas do Mapa da Fonte e reduzir a pobreza mundial até 2030, conforme os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Redação ICL Economia
Com informações da CNN, Agência Brasil e site do G20