A balança comercial registrou superávit (exportações maiores que as importações) de US$ 7,48 bilhões em março, resultado que representa queda de 30,4% em relação ao mesmo mês do ano passado (US$ 10,75 bilhões). Os dados foram divulgados ontem (4) pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) nesta quinta-feira (4).
Mas, na soma do primeiro trimestre do ano, o saldo comercial ficou positivo em US$ 19,07 bilhões, com alta de 22,2% na comparação com o mesmo período do ano passado (US$ 15,6 bilhões).
No mês passado, as exportações somaram US$ 27,98 bilhões, com queda de 14,8%, enquanto as importações somaram US$ 20,49 bilhões, com recuo de 7,1%.
O resultado de março também foi influenciado pela menor quantidade de dias úteis. No mês passado, foram registrados 20 dias úteis, contra 23 dias úteis em março de 2023.
Balança comercial: queda no preço da soja e nas vendas de petróleo influenciou resultado de março
Contudo, segundo o diretor de estatísticas e estudos de comércio exterior do MDIC, Herlon Brandão, os maiores influenciadores do resultado foram a queda no preço da soja no mercado internacional e a diminuição das vendas de petróleo em relação ao alto volume do ano passado.
O recuo das exportações desses produtos somou quase US$ 4 bilhões em março deste ano.
As vendas externas de soja totalizaram US$ 5,39 bilhões em março deste ano, com queda de US$ 1,96 bilhão (ou 26,7%) na comparação com o mesmo mês de 2023 (US$ 7,36 bilhões).
Por sua vez, as exportações de petróleo somaram US$ 3,52 bilhões em março passado, com recuo de US$ 1,96 bilhão (35,5%) contra o mesmo mês do ano passado (US$ 5,52 bilhões).
“Só a queda desses dois produtos na exportação, por motivos diferentes – o petróleo pela base de comparação alta fez com que o volume caísse e a soja pelos preços menores fez com que a receita caísse – já representam grande parte da queda da exportação do mês”, explicou Brandão.
“Como a soja está sendo exportada por um preço menor e os principais volumes acontecem nesses meses [começando em março], esse efeito preço é mais preponderante nesse momento. Vai ser fundamental a observação do próximo trimestre para ter mais clareza de como vai ser o desempenho da exportação no ano”, complementou o diretor do MDIC.
Por outro lado, as vendas externas de açúcares e melaços avançaram 77% em março deste ano, para US$ 1,47 bilhão, e as exportações de minério de ferro avançaram 3,4%, para US$ 2,45 bilhões.
Para 2024, o MDIC também reduziu a sua projeção para o superávit da balança comercial no ano, de US$ 94,4 bilhões para US$ 74,3 bilhões.
Enquanto a previsão de recuo nas exportações recuou de US$ 348,2 bilhões para US$ 332,6 bilhões, a das importações subiu de US$ 253,8 bilhões para US$ 259,1 bilhões.
A redução das projeções se deve, principalmente, à baixa dos preços de bens agrícolas, petróleo e minério de ferro, que são os três principais produtos exportados pelo Brasil.
Redação ICL Economia
Com informações do site do MDIC