O primeiro Boletim Focus do Banco Central após a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), que reduziu a taxa básica de juros, a Selic, em 0,25 ponto percentual para 10,50% ao ano, mostra que o mercado financeiro elevou a estimativa para a inflação, Selic e, também, para o PIB (Produto Interno Bruto) este ano.
Para a inflação, os mais de cem analistas consultados para a publicação, divulgada nesta segunda-feira (13), aumentaram a expectativa para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 3,72% para 3,76% ao fim de 2024. Para 2025, a previsão também aumentou, de 3,64% para 3,666%.
A meta de inflação perseguida pelo Banco Central é de 3% para 2024 e 2025, sempre com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Já para a taxa básica de juros, a Selic, a mediana das expectativas voltou a subir nesta semana. A expectativa saiu de 9,63% para 9,75% no fim de 2024. A previsão de 2025 continuou igual nas semanas anteriores, em 9%.
Para 2026, no entanto, o mercado também subiu a projeção, de 8,75% para 9,00%.
O Banco Central trabalha com a projeção de efeito dos juros sobre a economia em um intervalo de seis meses. Isso significa que, uma mudança feita hoje demora para bater na inflação alguns meses. Com o ano quase na metade, então, o Banco Central já dá mais peso a 2025 do que a 2024 no chamado “horizonte relevante da política monetária”.
Assim, a alta das expectativas para a inflação de 2025 acabam se sobrepondo à queda para 2024. Dentro do racional da autoridade monetária, portanto, pode fazer sentido evitar uma queda tão grande da Selic mesmo com um curtíssimo prazo com inflação menor do que se pensava.
Mercado eleva a projeção de crescimento da economia pela segunda semana consecutiva, aponta Boletim Focus
A previsão mediana dos economistas para o crescimento da economia brasileira em 2024 voltou a subir esta semana. A expectativa para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) deste ano saiu de 2,05% para 2,09%.
Para 2025, a projeção foi mantida em 2%, mesmo movimento das últimas semanas. Para 2026, a expectativa é de um PIB de 2%, também como nos últimos relatórios.
A economia brasileira cresceu 2,9% em 2023, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no começo de março.
Já para o dólar, os analistas consultados mantiveram em R$ 5 o fechamento da cotação da moeda norte-americana para este ano. Para 2025, a projeção também segue em R$ 5,05 e para 2026, ela continua em R$ 5,10.
O superávit de balança comercial (saldo maior de exportações ante importações menores) subiu de US$ 79,75 bilhões para US$ 80 bilhões este ano; de US$ 76,00 bilhões para US$ 76,15 bilhões no ano que vem; e de US$ 77,50 bilhões para US$ 78,00 bilhões em 2026;
Para o ingresso de investimento estrangeiro direto, a expectativa foi elevada de US$ 68,75 para US$ 69,50 bilhões este ano, e se manteve igual em 2025 (US$ 73 bilhões) e 2026 (US$ 80,00 bilhões).
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias