Banco Central: brasileiros ainda podem sacar R$ 8,56 bi ‘esquecidos’. Dinheiro poderá ser usado para fechar contas públicas

Em agosto passado, o plenário do Senado aprovou um substitutivo do senador Jaques Wagner (PT-BA) que permite o uso dos valores não resgatados pelo governo.
9 de setembro de 2024

O Sistema de Valores a Receber possui R$ 8,56 bilhões “esquecidos” por brasileiros, segundo informações divulgadas pelo Banco Central divulgados na última sexta-feira (6). Caso o dinheiro esquecido não seja resgatado, os valores podem ser usados pelo governo para fechar as contas públicas.

A maior parte do valor a ser resgatado, de R$ 6.588.536.911,73, é destinada a cerca de 42 milhões de pessoas físicas. O restante é destinado a pouco mais de 3,6 milhões de empresas.

Grande parte dos valores não passa de R$ 10:

Até R$ 10: 72,3%;
Entre R$ 10,01 e R$ 100: 29%;
Entre R$ 100,01 e R$ 1000: 11,35%;
Acima de R$ 1000,01: 2,05%.

Dentre as instituições com valores esquecidos em seus cofres, estão:

Bancos: R$ 4.957.390.321,59;
Administradores de consórcio: R$ 2.391.412.400,02;
Cooperativas: R$ 808.762.468,76;
Instituições de pagamento: R$ 263.436.930,62;
Financeiras: R$ 127.142.073,77;
Corretoras e distribuidoras: R$ 9.951.990,80;
Outras: R$ 5.836.236,68.

Desde o início do programa, o BC informa que já foram devolvidos R$ 7.668.926.149,14.

Os dados divulgados pelo Banco Central são referentes ao mês de julho.

Banco Central: veja o passo a passo para receber o dinheiro esquecido

1) Acessar o site Valores a Receber na data e no período de saque informado na primeira consulta. Quem esqueceu a data pode repetir o processo.

2) Fazer login com a conta Gov.br (nível prata ou ouro).

Caso o usuário não tenha conta nesse nível, deve fazer logo o cadastro ou aumentar o nível de segurança (no caso de contas tipo bronze) no site ou no aplicativo Gov.br.

O BC aconselha o correntista a não deixar para criar a conta e ajustar o nível no dia de agendar o resgate.

3) Ler e aceitar o termo de responsabilidade.

4) Verificar o valor a receber, a instituição que deve devolver o valor e a origem do valor a receber.

O sistema poderá fornecer informações adicionais, se for o caso. A primeira etapa da consulta só informava a existência de valores a receber, sem dar detalhes.

5) Clicar na opção indicada pelo sistema:

  • “Solicitar por aqui”: para devolução do valor por Pix em até 12 dias úteis.
  • O usuário deverá escolher uma das chaves Pix, informar os dados pessoais e guardar o número de protocolo, caso precise entrar em contato com a instituição.
  • “Solicitar via instituição”: a instituição financeira não oferece a devolução por Pix. O usuário deverá entrar em contato pelo telefone ou e-mail informado para combinar com a instituição a forma de retirada: Transferência Eletrônica Disponível (TED) ou Documento de Crédito (DOC).

Lembrando que o único site no qual é possível fazer a consulta e saber como solicitar a devolução dos valores é o site oficial estabelecido pelo Banco Central para isso (clique aqui para saber se você tem valores esquecidos).

Neste vídeo é possível obter mais informações sobre o procedimento.

Projeto permite o governo a usar o dinheiro esquecido

Em agosto passado, o plenário do Senado aprovou um substitutivo do senador Jaques Wagner (PT-BA) ao projeto que mantém a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia e municípios com até 156 mil habitantes, prevendo o fim gradual do benefício. O texto também permite ao governo resgatar R$ 8,5 bilhões esquecidos em bancos como forma de compensar as perdas com a desoneração.

A perda calculada pelo Ministério da Fazenda com a desoneração é de aproximadamente R$ 26 bilhões ao ano.

O PL 1.847/2024, do senador licenciado Efraim Filho (PB), atende a acordo firmado entre o Executivo e o Congresso Nacional sobre a Lei 14.784, de 2023, que prorrogou a desoneração até o final de 2027.

O projeto autoriza o repasse dos valores esquecidos por clientes em contas bancárias ao Tesouro Nacional. O projeto, no entanto, ainda precisa passar pela Câmara dos Deputados.

O governo busca recursos para tentar atingir a meta de déficit zero nas contas públicas neste ano, que consta no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2024.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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