O Sistema de Valores a Receber possui R$ 8,56 bilhões “esquecidos” por brasileiros, segundo informações divulgadas pelo Banco Central divulgados na última sexta-feira (6). Caso o dinheiro esquecido não seja resgatado, os valores podem ser usados pelo governo para fechar as contas públicas.
A maior parte do valor a ser resgatado, de R$ 6.588.536.911,73, é destinada a cerca de 42 milhões de pessoas físicas. O restante é destinado a pouco mais de 3,6 milhões de empresas.
Grande parte dos valores não passa de R$ 10:
Até R$ 10: 72,3%;
Entre R$ 10,01 e R$ 100: 29%;
Entre R$ 100,01 e R$ 1000: 11,35%;
Acima de R$ 1000,01: 2,05%.
Dentre as instituições com valores esquecidos em seus cofres, estão:
Bancos: R$ 4.957.390.321,59;
Administradores de consórcio: R$ 2.391.412.400,02;
Cooperativas: R$ 808.762.468,76;
Instituições de pagamento: R$ 263.436.930,62;
Financeiras: R$ 127.142.073,77;
Corretoras e distribuidoras: R$ 9.951.990,80;
Outras: R$ 5.836.236,68.
Desde o início do programa, o BC informa que já foram devolvidos R$ 7.668.926.149,14.
Os dados divulgados pelo Banco Central são referentes ao mês de julho.
Banco Central: veja o passo a passo para receber o dinheiro esquecido
1) Acessar o site Valores a Receber na data e no período de saque informado na primeira consulta. Quem esqueceu a data pode repetir o processo.
2) Fazer login com a conta Gov.br (nível prata ou ouro).
Caso o usuário não tenha conta nesse nível, deve fazer logo o cadastro ou aumentar o nível de segurança (no caso de contas tipo bronze) no site ou no aplicativo Gov.br.
O BC aconselha o correntista a não deixar para criar a conta e ajustar o nível no dia de agendar o resgate.
3) Ler e aceitar o termo de responsabilidade.
4) Verificar o valor a receber, a instituição que deve devolver o valor e a origem do valor a receber.
O sistema poderá fornecer informações adicionais, se for o caso. A primeira etapa da consulta só informava a existência de valores a receber, sem dar detalhes.
5) Clicar na opção indicada pelo sistema:
- “Solicitar por aqui”: para devolução do valor por Pix em até 12 dias úteis.
- O usuário deverá escolher uma das chaves Pix, informar os dados pessoais e guardar o número de protocolo, caso precise entrar em contato com a instituição.
- “Solicitar via instituição”: a instituição financeira não oferece a devolução por Pix. O usuário deverá entrar em contato pelo telefone ou e-mail informado para combinar com a instituição a forma de retirada: Transferência Eletrônica Disponível (TED) ou Documento de Crédito (DOC).
Lembrando que o único site no qual é possível fazer a consulta e saber como solicitar a devolução dos valores é o site oficial estabelecido pelo Banco Central para isso (clique aqui para saber se você tem valores esquecidos).
Neste vídeo é possível obter mais informações sobre o procedimento.
Projeto permite o governo a usar o dinheiro esquecido
Em agosto passado, o plenário do Senado aprovou um substitutivo do senador Jaques Wagner (PT-BA) ao projeto que mantém a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia e municípios com até 156 mil habitantes, prevendo o fim gradual do benefício. O texto também permite ao governo resgatar R$ 8,5 bilhões esquecidos em bancos como forma de compensar as perdas com a desoneração.
A perda calculada pelo Ministério da Fazenda com a desoneração é de aproximadamente R$ 26 bilhões ao ano.
O PL 1.847/2024, do senador licenciado Efraim Filho (PB), atende a acordo firmado entre o Executivo e o Congresso Nacional sobre a Lei 14.784, de 2023, que prorrogou a desoneração até o final de 2027.
O projeto autoriza o repasse dos valores esquecidos por clientes em contas bancárias ao Tesouro Nacional. O projeto, no entanto, ainda precisa passar pela Câmara dos Deputados.
O governo busca recursos para tentar atingir a meta de déficit zero nas contas públicas neste ano, que consta no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2024.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias