Investimentos diretos avançam 14,3% em 8 meses, para US$ 51,2 bilhões

Já as contas externas registraram rombo de US$ 30,4 bilhões no mesmo período. Banco Central costuma atribuir o resultado negativo das contas externas ao crescimento da economia.
25 de setembro de 2024

Os investimentos diretos de estrangeiros no país avançaram 1,4,3% de janeiro a agosto deste ano, para US$ 51,2 bilhões, conforme o Balanço de Pagamentos divulgado pelo Banco Central nesta manhã de quarta-feira (25). No mesmo período do ano passado, esse valor chegou a US$ 44,8 bilhões.

Esse valor, no entanto, é menor que o registrado no acumulado do ano até julho, quando houve avanço de 20%, conforme o Balanço de Pagamentos divulgado ontem (26) pelo Banco Central.

Esse é o maior ingresso de investimentos estrangeiros diretos no país para o período desde 2022 (US$ 55 bilhões).

Somente em agosto, os estrangeiros aportaram US$ 6,1 bilhões em investimentos diretos, ante US$ 7,3 bilhões no mesmo mês de 2023.

No ano passado, os investimentos estrangeiros diretos no país somaram US$ 62 bilhões. Para o ano de 2024 fechado, o Banco Central estimou, em julho deste ano, um valor de US$ 65 bilhões.

O resultado em transações correntes, um dos principais indicadores sobre o setor externo do país, é formado por balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).

Investimentos diretos ajudam a reduzir impacto do rombo das contas externas

De acordo com o BC, esses recursos ajudaram a minorar o rombo das contas externas de US$ 30,4 bilhões registrado nos oito primeiros meses de 2024. O valor mais que dobrou nos oito primeiros meses deste ano, segundo o relatório da autoridade monetária. No mesmo período do ano passado, o déficit chegou a US$ 13,5 bilhões.

Esse é o maior resultado negativo para os oito primeiros meses de um ano, desde 2019, quando o déficit somou US$ 42,5 bilhões.

Embora, a princípio, esse dado possa parecer negativo, o Banco Central costuma atribuir o tamanho do rombo das contas externas ao crescimento da economia.

Isso porque, quando a economia avança, o país demanda mais produtos do exterior e realiza mais gastos com serviços também. Por isso, o déficit também sobe.

Somente mês de agosto, segundo o Banco Central, as contas externas registraram um resultado negativo de US$ 6,6 bilhões, em comparação com um déficit de US$ 969 milhões no mesmo período do ano passado.

A aumento no saldo negativo das contas externas, na parcial de 2024, está relacionado com uma piora na conta comercial, com redução do superávit da balança em cerca de US$ 10 bilhões neste ano, além de um aumento do déficit na conta de serviços em US$ 6,4 bilhões.

A conta de serviços registra receitas e despesas com transportes, seguros, serviços financeiros e viagens internacionais, entre outros.

No ano passado, as contas externas apresentaram um rombo de US$ 28,61 bilhões. Para o ano de 2024 fechado, o Banco Central estimou, em julho deste ano, um déficit de US$ 53 bilhões.

Gastos de brasileiros no exterior

Os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 9,72 bilhões de janeiro a agosto deste ano, um pequeno recuo ante o mesmo período do ano anterior (US$ 9,74 bilhões).

Somente em agosto, as despesas de brasileiros fora do Brasil somaram US$ 1,32 bilhão — pouco acima do registrado no mesmo mês de 2023 (US$ 1,27 bilhão).

As despesas de brasileiros fora do país são influenciadas por fatores como o nível de atividade econômica, pelo nível do emprego e renda, e, também, o preço do dólar (usado nas transações internacionais).

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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