O FMI (Fundo Monetário Internacional) prevê que a economia brasileira vai crescer 3% este ano. A previsão anterior, divulgada em julho, era de crescimento de 2,1% do PIB (Produto Interno Bruto), conforme dados do mais recente relatório periódico “World Economic Outlook”, que faz um panorama da economia global e dos principais países que a movimentam.
A alta na projeção brasileira, de 0,9 ponto percentual, é a mais intensa entre as 16 principais economias globais elencadas pelo Fundo.
Por outro lado, o FMI revisou para baixo, de 2,4% para 2,2%, a previsão de crescimento da economia brasileira em 2025, por entender que a necessidade de manutenção de juros mais altos para conter a inflação no Brasil deve esfriar o mercado de trabalho.
Entre os pontos destacados pelo organismo internacional para revisar o crescimento da economia para cima está o desempenho mais forte que o esperado do consumo privado no país e dos investimentos no primeiro semestre devido à maior geração de empregos e à transferência de renda do governo por meio de programas sociais.
Também destacou que houve consequências menores que o esperado à economia brasileira devido às enchentes no Rio Grande do Sul.
Para a América Latina, o fundo prevê crescimento do PIB de 2,1% este ano e de 2,5% em 2025.
Recentemente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a equipe econômica deve fazer nova revisão do crescimento do PIB para este ano.
Em setembro, a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda aumentou de 2,5% para 3,2% a estimativa de crescimento da economia em 2024. A previsão consta do Boletim Macrofiscal.
Haddad disse esperar que a economia brasileira cresça a uma taxa média superior a 2,5% ao ano durante o atual mandato de Lula, que termina em 2026.
O crescimento do PIB brasileiro para este ano, previsto pelo FMI, é maior que o dos EUA (2,80%), mas atrás do da China (+4,80%), da Índia (+7,00%) e da Rússia (+3,60%).
PIB: economia brasileira saiu da 18ª posição para o “clube dos 10”
A economia brasileira era a 18ª maior do planeta em 1980. Mas, em 1994, logo após o Plano Real, o PIB brasileiro entrou no “clube dos 10”, na décima posição.
Em 1995, o país chegou à sétima posição, à frente da China. A economia brasileira tinha um tamanho de US$ 771 bilhões. E a chinesa, de US$ 731 bilhões.
Mas a China cresceu vertiginosamente nos últimos anos, saindo do 13º maior PIB do mundo em 1990, alcançando a terceira posição em 2007 e ultrapassou o Japão em 2010, até ocupar a posição de hoje como a segunda maior economia do mundo (atrás apenas dos EUA).
Em 1999, no segundo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com a maxidesvalorização do real, o Brasil saiu brevemente do Top 10 dos PIBs globais. Afinal, a economia brasileira, em dólares, ficou menor relativamente às demais.
Em 2000, o país voltou à lista dos maiores PIBs, na décima posição, mas caiu para o 14º lugar do ranking em 2003, sua pior colocação neste século.
Voltou à lista dos 10 maiores em 2006, no último ano do primeiro governo Lula. E, em 2010, no fim do segundo mandato de Lula, chegou ao sétimo lugar no ranking global.
Em 2011, sob o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, quase alcançou a sexta posição – na época, o PIB brasileiro somava US$ 2,61 trilhões e o do Reino Unido, US$ 2,66 trilhões.
Em 2020, no auge da pandemia e sob o governo Jair Bolsonaro, o Brasil caiu para a 12ª posição. Em 2023, voltou ao Top 10, na nona posição. E, este ano, pela projeção do FMI, deve superar a Itália e se tornar o oitavo maior PIB do mundo.
Batalha contra a inflação no mundo
De modo geral, o relatório diz que a batalha global contra a inflação no pós-pandemia foi “largamente vencida”, mas alerta que ainda há pressões de preços persistentes.
De acordo com as projeções do FMI, depois do pico de 9,4% ao ano no terceiro trimestre de 2022, a inflação mundial deve baixar a 3,5% no fim de 2025, abaixo da média entre 2000 e 2019, pré-pandemia.
Na avaliação do fundo, a inflação da maioria dos países está se aproximando das metas estabelecidas para seus bancos centrais.
Apesar da onda de aperto monetário em todo o mundo para conter a inflação, o FMI destaca que a economia global se manteve resiliente, contrariando os temores dos economistas de uma recessão provocada por juros altos. Agora, as taxas básicas começam a cair, inclusive nas duas maiores economias do mundo – Estados Unidos e China.
Por outro lado, o FMI destaca outros riscos para a economia no planeta, como a escalada de conflitos militares regionais (como na Ucrânia, na Faixa de Gaza e no Sudão) e seu impacto nas commodities, com possível volta da volatilidade nos mercados financeiros com efeitos negativos no mercado de títulos soberanos de dívida e um crescimento mais moderado da economia chinesa.
Redação ICL Economia
Com informações de O Globo