O FMI (Fundo Monetário Internacional) reduziu a previsão de crescimento do PIB global para este e para o próximo, alertando que o mundo está no limiar de uma recessão. As projeções apontam para uma expansão da economia internacional de 3,2% em 2022, praticamente metade do registrado em 2021, quando o PIB global estava em trajetória de recuperação do baque da Covid-19 e avançou 6,1%. Para o Brasil, a organização subiu a projeção de crescimento para este ano, de 0,8%, em abril, para 1,7% agora, e baixou para o ano que vem a 1,1%, 0,3 ponto percentual a menos do que o previsto anteriormente.
O fundo vem cortando suas estimativas nos últimos relatórios, intitulados Panorama Econômico Mundial (World Economic Outlook, em inglês).
Em janeiro, a previsão de crescimento global para 2022 era de 4,4%. Depois, em 19 de abril, a expectativa de crescimento do PIB Global foi rebaixada pela segunda vez, para 3,6% em 2022 e 2023, queda de 0,8 e 0,2 ponto percentual, respectivamente, ante a previsão de janeiro, em função dos impactos diretos da guerra da Rússia contra a Ucrânia e as repercussões globais em torno do conflito.
Previsão do PIB global piora devido ao baixo crescimento da economia dos EUA, China e Europa
O baixo crescimento das maiores economias do mundo (EUA, China e zona do euro), a alta da inflação e o consequente movimento de elevação de juros estão por trás da revisão dos prognósticos. A esses fatores se somam o prolongamento da guerra na Ucrânia e novas ondas de Covid-19.
O Fundo também demostra preocupação com a inflação global. A estimativa é de alta de 8,3% em 2023, o que seria a maior desde 1996. Em abril, a previsão era de avanço de 7,4%.
“A perspectiva se agravou significativamente desde abril. O mundo pode estar, em breve, cambaleando em direção a uma recessão global, apenas dois anos depois da última (recessão)”, disse o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, no blog do Fundo.
Para 2023, a previsão de crescimento do PIB global é de 2,9% (a previsão anterior era de + 3,6%), como reflexo da alta dos juros em série nas principais economias.
Nesta quarta-feira (27), o banco central americano, o Fed, deve elevar a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, para combater a maior inflação em quatro décadas nos EUA.
O FMI estima que os EUA vão crescer 2,3% em 2022, uma revisão para baixo de 1,4 ponto percentual, e apenas 1% em 2023. Já a zona do euro deve avançar 2,6% em 2022 e 1,2%, em 2023.
A China, por sua vez, deve crescer apenas 3,3% neste ano e 4,6% no ano que vem, segundo o FMI. O país tem sofrido com a crise do setor imobiliário e com novos bloqueios sanitários, decorrentes da sua estratégia de “Covid zero”.
Quanto à Rússia, o FMI informou que, mesmo com sanções ocidentais contra o país comandado por Vladimir Putin, encabeçadas pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE), a economia russa está melhor que o esperado.
Para o Brasil, como já dito, as previsões são mais otimistas para 2022, na contramão dos países ricos, e mais pessimistas para o ano que vem, diante da expectativa de que o aperto monetário impactará a atividade econômica de forma mais expressiva em 2023.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias