Estimativa para a safra de grãos de 2022 chega a 262,3 milhões de toneladas, alta de 3,9% em relação ao ano anterior

Conforme os dados do IBGE, tal aumento foi puxado pelo milho, que teve produção 25% maior do que no ano anterior e compensou a queda da soja, que teve um recuo estimado em 11,4%
16 de janeiro de 2023

Foi divulgado na semana passada o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, que mostrou quais as estimativas finais para o ano de 2022 em relação à produção e à área plantada da agricultura brasileira. A perspectiva final é que o Brasil terá uma safra de grãos de 263,2 milhões de toneladas, volume 3,9% maior em relação ao ano anterior. Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e foram compilados pelos economistas do ICL Deborah Magagna e André Campedelli, no Redação ICL Economia
Com informações do Economia Para Todos – Boletim Diário de Notícias Econômicas e Atualização do Mercado.

Conforme os dados do IBGE, tal aumento foi puxado pelo milho, que teve produção 25% maior do que no ano anterior e compensou a queda da soja, que teve um recuo estimado em 11,4%. “Esta situação com a soja ocorreu devido à quebra de safra no começo de ano, devido aos problemas climáticos graves ocorridos no primeiro semestre de 2022. Outro destaque também ficou com o trigo, que vem cada vez mais ganhando espaço na pauta produtiva brasileira”, pontuam os economistas no boletim.

De acordo com Deborah e André, se observadas as projeções do mesmo período anterior, nota-se que ocorreu uma queda produtiva do arroz (-8,3%), do feijão de primeira safra (-6,1%), do milho de primeira safra (-0,9%) e da soja (-11,4%).

“Porém, ocorreram aumentos importantes, como do feijão de segunda e terceira safra, de 31,4% e 8,6%, respectivamente, do milho de segunda safra, de 36,4%, e do café arábica, de 5,9%. Essas altas levaram a um aumento considerável da safra de grãos no ano anterior, segundo as projeções do IBGE. Na ausência de problemas climáticos graves para este ano, a perspectiva é de um aumento ainda maior da produção agrícola para 2023”, dizem os economistas na publicação.

safra de grãos

Crédito: IBGE

 

Safra de grãos: arroz e feijão perdem área destinada à plantação, enquanto milho e trigo têm ampliação

A projeção da área plantada aumentou em 647 hectares entre novembro e dezembro, chegando agora a 88,4 milhões de hectares. As maiores altas observadas se encontram na plantação de milho e de trigo, em 30,5 mil e 32,4 mil de hectares, respectivamente.

“Ocorreram quedas importantes na projeção de área plantada, como da cana-de-açúcar, em 19,5 mil hectares. As duas principais culturas voltadas para a alimentação interna também apresentaram queda, com o arroz tendo redução projetada em 3,8 mil hectares e o feijão, em 2,5 mil hectares. Cada vez mais acontece um avanço das áreas destinadas ao plantio voltado para exportação e menos área destinada para a plantação voltada ao mercado interno”, observam Deborah e André.

Ambos apontam que a concentração da área plantada continua na agricultura brasileira. “As duas principais culturas seguem sendo a soja, que compõe 47% do espaço total, e do milho, que corresponde a 24%. Ambas somam 71% do total de áreas plantadas no país. A cana-de-açúcar continua com 10% do total da área plantada no país, enquanto o trigo continua expandindo sua fronteira agrícola, chegando agora a 4% do total da área plantada”, comentam.

Ao mesmo tempo, segundo os economistas, o arroz atualmente possui apenas 2% do total da área plantada e o feijão, somente 3%. Ou seja, o total da área plantada para essas duas culturas chega a 5% do total da área brasileira destinada ao plantio.

Redação ICL Economia
Com informações do Economia Para Todos – Boletim Diário de Notícias Econômicas e Atualização do Mercado

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