Estimativa da safra de grãos ao final de 2022 chega a 262,7 milhões de toneladas, 3,7% maior que a de 2021

Perspectiva da safra de grãos, para 2023, é de 146,4 milhões de toneladas de soja, 22,5% a mais do que o registrado este ano. Para o milho, o aumento deve ser de 5,1%, chegando a 115,8 milhões de toneladas no próximo ano
16 de dezembro de 2022

Estimativa da safra de grãos ao final de 2022 chega a 262,7 milhões de toneladas, 3,7% maior que a do ano passado. Em 2022, a safra da soja foi drasticamente reduzida devido à falta de chuvas, sobretudo na Região Sul. Para a safra 2023, até o momento, as condições climáticas estão favoráveis ao desenvolvimento das lavouras, o que deve permitir uma recuperação na produção. A safra de 2023 deve ser novo recorde da série histórica. Os dados são do segundo prognóstico do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“A concentração das plantações brasileiras, em poucas áreas, continuou acelerando, mesmo com a cana-de-açúcar voltando a ter protagonismo e o trigo ganhando cada vez mais espaço na produção agrícola brasileira. Cada vez mais nossa agricultura se volta ao mercado externo e pouco produz para alimentar a sua população”, explicam os economistas do Boletim Economia Para Todos, André Campedelli e Deborah Magagna.

Para 2023, a safra de grãos, cereais e leguminosas deve alcançar a marca de 293,6 milhões de toneladas, uma projeção recorde da série histórica, iniciada em 1975. O previsão é 1,9% maior do que a feita no primeiro prognóstico, divulgado no mês passado. Na comparação com 2022, cuja safra deve ficar em 262,7 milhões de toneladas, segundo a previsão de novembro, o aumento projetado é de 11,8%. 

De acordo com o gerente da pesquisa, Carlos Barradas, deve haver uma supersafra de soja em 2023, com 146,4 milhões de toneladas, 22,5% a mais do que o registrado este ano. Para o milho, o aumento deve ser de 5,1%, chegando a 115,8 milhões de toneladas no próximo ano. Para Barradas, o aumento de 5,5 milhões de toneladas em relação ao primeiro prognóstico ocorreu devido à entrada de informações de campo.

Em 2022, ocorreu novamente queda importante na perspectiva de diversos grãos plantados, como nos casos do arroz, que teve uma queda de 8,2% na projeção deste ano em relação a novembro de 2021, do feijão de primeira safra de 6,2%, do milho de primeira safra de 1% e da soja de 11,4%.

Para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o crescimento da  safra de grãos 2022/2023 reflete uma estimativa de elevação na área plantada da soja. Deve chegar a uma produção de 313 milhões de toneladas, um aumento de 15,5% em relação ao resultado obtido no último ciclo, o que representa quase 42 milhões de toneladas a mais. 

Alto volume de chuvas no primeiro trimestre de 2022 teve impacto sobre a safra de grãos. Ocorreu alta significativa no preço do feijão

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Crédito: Agência Brasil / Marcelo Camargo

O alto volume de chuvas do primeiro trimestre exerceu forte impacto sobre as produções e reduziu consideravelmente a expectativa em relação a esses plantios. Ocorreram, porém, altas significativas, como do feijão de segunda e terceira safra, em 31,4% e 10,5% respectivamente, do milho de segunda safra de 36,4% e do café de 5,5%. As quedas na projeção da soja, portanto, acabaram compensadas pela elevação na produção de milho neste momento.

Diferentemente do que ocorreu no último mês, houve aumento na projeção da área a ser plantada até o final deste ano, de 256 mil hectares. A maior alta foi a da cana-de-açúcar, com aumento de 219,5 mil hectares, cultura que vinha tendo queda considerável nos últimos meses na projeção de plantação. Outras plantações que devem ter aumento em sua área plantada foram a soja, em 36,1 mil hectares, e o trigo, em 27,9 mil hectares. Mesmo assim, ocorreram quedas importantes, como do arroz, em 8 mil hectares, do feijão em 238,4 mil hectares e do milho em 42,3 mil hectares. A queda da área do milho surpreendeu, pois se trata do grão que vinha ganhando mais espaço ultimamente no país.

Dessa forma, a concentração da área plantada em poucas culturas continuou neste mês. As duas principais culturas continuaram sendo a soja, que ocupa 46% do espaço total, e o milho, que corresponde a 24%. Juntas, somam 70% do total das áreas plantadas no país. A cana-de-açúcar, que vinha perdendo espaço, voltou a ganhar espaço, chegando a 10% do total da área plantada, já o trigo continuou expandindo sua fronteira agrícola, chegando a 4% do total da área plantada.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do Boletim Diário de Notícias Econômicas e Atualização do Mercado

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