Em meio às críticas de integrantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à taxa básica de juros (Selic), atualmente em 13,75% ao ano, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) aprovou, ontem (14), um convite ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para que ele dê explicações sobre o assunto. A pedido da assessoria do Banco Central, a audiência foi marcada para o dia 4 de abril.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou também o patamar da taxa de juros brasileira, que representa a maior do mundo em termos reais (quando descontada a inflação estimada para os próximos doze meses). Ele disse que o alto nível da taxa de juros pelo Banco Central é, hoje, o “principal problema econômico” do Brasil.
A Selic colabora para a desaceleração da economia, aumentando também a inadimplência e colocando as empresas em maiores dificuldades financeiras. Esse conjunto de fatores têm sido apontados pelo presidente Lula para criticar o atual patamar da taxa.
Agora, a expectativa de analistas é de que, devido à crise instituída no mercado americana pela falência do Silicon Valley Bank (SVB), voltado a startups, e do Signature Bank (criptomoedas), o Fed (Federal Reserve) ponha o pé no freio do aumento da taxa de juro dos EUA e isso acabe reduzindo as pressões sobre autoridade monetária brasileira.
Além do presidente do Banco Central, Senado também quer ouvir ouvir ex-executivos das Lojas Americanas
Em outra frente, além do presidente do Banco Central, a CAE também aprovou um requerimento para que ex-integrantes das Lojas Americanas prestem esclarecimentos sobre as dívidas da empresa, estimada em quase R$ 50 bilhões, e que resultou no pedido de recuperação judicial da empresa. Entre os convidados estão os ex-diretores das Americanas Miguel Gomes Pereira Sarmiento Gutierrez, Anna Christina Ramos Saicali, José Timotheo de Barros e Marcio Cruz Merelles e o ex-CEO da empresa Sergio Rial.
Também foram convidados para participar da audiência, marcada para o dia 28 de março, o presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Isaac Sidney Menezes Ferreira, e o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Nascimento. Por se tratar de convite, nenhum deles é obrigado a comparecer.
A crise da Americanas está no radar do mercado, devido aos riscos de que ela gere uma crise de crédito no país. Com isso, economistas também esperam que o Copom (Comitê de Política Monetária) comece a reduzir a taxa básica de juros, para não travar ainda mais o crescimento da economia brasileira.
Como é tradicional em todo início de Legislatura, também ontem a Comissão de Infraestrutura aprovou convites para ouvir vários ministros sobre programas de suas pastas. O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, deverá falar sobre a previsão de cobertura de telefonia celular e internet 5G no país. Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento, da estrutura básica das cidades. Luciana Santos, ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, da infraestrutura tecnológica do país. Já Márcio França, dos Portos e Aeroportos, e Renan Filho, do Trabalho, vão tratar das ações de suas pastas nos próximos dois anos.
A Comissão de Desenvolvimento Regional (CDR) também aprovou convites para ouvir ministros. O colegiado quer saber dos planos para os próximos dois anos de Daniela Carneiro, do Turismo; Jader Filho, das Cidades, e Waldez Góes, da Integração e Desenvolvimento Regional.
As datas de comparecimento das autoridades nas comissões de Infraestrutura e Desenvolvimento Regional ainda não foram definidas.
Redação ICL Economia
Com informações da Agência Brasil