Agricultores brasileiros podem ter prejuízos de US$ 1 bilhão por ano com o desmatamento da Amazônia

Já a preservação de um hectare garantiria uma renda de US$ 800 dólares por ano na Amazônia brasileira
2 de maio de 2022

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) divulgou nesta segunda-feira (2) que o Brasil terá um impacto negativo para os lucros dos agricultores nos próximos 30 anos. Segundo o órgão, o prejuízo é estimado em mais de US$ 1 bilhão por ano.

Em seu relatório, a FAO destaca que a preservação do meio ambiente no Brasil poderia garantir renda. A divulgação do documento foi feita pelo jornalista Jamil Chade, em sua coluna no Portal UOL. O relatório ressalta que a conclusão dos pesquisadores da FAO é totalmente contrária às ideias do presidente Jair Bolsonaro, uma vez que seu governo tem como objetivo transformar áreas de proteção ambiental em locais de exploração.

Para a FAO, os modelos de preservação da floresta podem servir no combate à pobreza. A entidade explica, por exemplo, que a preservação de um hectare garantiria uma renda de US$ 800 dólares por ano na Amazônia brasileira. Na contramão, o desmatamento contínuo só garantirá prejuízos avaliados em mais de US$ 1 bilhão por ano até 2050, segundo estudo realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e pela Universidade de Bonn, na Alemanha, que serviram como base para o relatório.

“As quedas de chuvas ligadas ao desmatamento no sul da Amazônia brasileira poderiam causar perdas agrícolas – por exemplo, quedas na produção de soja e pecuária – avaliadas em mais de US$ 1 bilhão por ano entre agora e 2050”, diz a FAO.

O relatório da FAO desmente a recente afirmação do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, durante a Conferência do Clima na ONU, no final do ano passado, em Glasgow, de que “onde há muita floresta há muita pobreza”.

O relatório destaca ainda que a população indígena e os pequenos agricultores são a chave para a manutenção das florestas em pé no Brasil. A entidade cita diversos estudos que mostram que “o aumento da produtividade das terras agrícolas e da pecuária, combinado com políticas públicas e de mercado adequadas, podem ajudar a estabilizar a fronteira florestal na Amazônia brasileira”.

Redação ICL Economia

Com informações da Rede Brasil Atual

 

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