Altas do diesel, gasolina e fertilizantes se destacam na inflação no atacado. No varejo, alta da cesta básica

Na cesta básica, as maiores altas vieram do feijão, óleo de soja e pão francês
6 de abril de 2022

Os aumentos nos preços do óleo diesel, gasolina e fertilizantes turbinaram a inflação no atacado medida pelo Índice Geral de Preços — Disponibilidade Interna (IGP-DI) de março, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O IGP-DI saiu de uma alta de 1,50% em fevereiro para 2,37% em março. Com este resultado, o índice acumulou avanço de 15,57% em 12 meses.

“O IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo), índice de maior expressão na composição do resultado do IGP, recebeu, nesta apuração, forte influência dos derivados do petróleo, cujos destaques foram diesel – 2,70% para 16,86%, gasolina – 1,71% para 12,69% e adubos ou fertilizantes – 5,21% para 7,97%, que juntos responderam por 30% do resultado do IPA”, afirmou André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), em nota oficial.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI) subiu 2,80% em março, após uma alta de 1,94% em fevereiro.

Na análise por estágios de processamento, a variação do grupo Bens Finais acelerou de 1,73% em fevereiro para 3,64% em março, impulsionada pelos alimentos processados, cuja taxa passou de 0,61% para 4,03%.

O grupo Bens Intermediários passou de 1,31% em fevereiro para 3,19% em março, sob influência do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa saiu de 6,57% para 12,90%.

O estágio das matérias-primas brutas passou de 2,76% em fevereiro para 1,73% em março. Os itens que ajudaram na desaceleração foram soja em grão (de 10,16% para 3,48%), café em grão (de 0,89% para -10,76%) e milho em grão (de 4,92% para 1,49%). Na direção oposta, houve mais pressão do minério de ferro (de -0,10% para 2,82%), mandioca/aipim (de -6,01% para 8,63%) e aves (de 0,39% para 6,95%).

Preço da cesta básica aumenta em todas as capitais

Já nas vendas ao varejo, o preço dos itens da cesta básica aumentou em todas as capitais brasileiras em março, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, conduzida mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A instituição registrou as maiores altas no Rio de Janeiro (7,65%), Curitiba (7,46%) e São Paulo (6,36%).

Entre as 17 capitais acompanhadas pelo Dieese, a cesta básica mais cara foi observada em São Paulo, aos R$ 761,19. Este valor representa 67,90% do salário mínimo, de R$ 1.212,0, e indica que são necessárias 138 horas e 10 minutos de trabalho para que um trabalhador que receba o mínimo legal possa comprar o conjunto de itens.

Com base nos números de São Paulo, a instituição calcula que o salário mínimo necessário para sustentar uma família de quatro pessoas seria de R$ 6.394,76, valor 5,28 vezes superior ao mínimo corrente. No mesmo mês de 2021, o salário mínimo necessário calculado pelo Dieese era de 5.315,74, 4,83 vezes o mínimo vigente à época (R$ 1.100).

Além de São Paulo, Rio e Curitiba, registram aumento nos preços da cesta básica em março Florianópolis (5,36%), Porto Alegre e Campo Grande (ambos em 5,51%), Brasília (5,02%), Belo Horizonte (4,28%), Fortaleza (4,17%), Goiânia (3,49%), João Pessoa (3,37%), Vitória (3,28%), Natal (3,25%), Recife (2,25%), Belém (1,29%), Aracaju (1,58%) e Salvador (1,46%).

A pesquisa do Dieese apurou aumento do feijão, óleo de soja e do pão francês em todas as capitais pesquisadas em março.

A variação de preços do óleo de soja oscilou entre 2,81%, em Belém, e 15,89%, em Salvador. Enquanto isso, a alta do pão francês atingiu 6,63% em Aracaju e 6,36% em Goiânia, segundo a instituição.

“O preço do quilo do pão francês aumentou em todas as cidades, em consequência da redução da oferta de trigo no mercado externo, uma vez que Rússia e Ucrânia estão entre os maiores produtores mundiais do grão”, diz o texto do Dieese.

Sobre o óleo de soja, a instituição destaca que os aumentos do petróleo pressionam o item, por tornarem vantajosa a produção de biocombustíveis.

Redação ICL Economia

Com informações das agências de notícias

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