Arrecadação recorde do governo em março é impulsionada pela alta da inflação

Receita divulgou que a arrecadação somou R$ 548,1 bilhões no primeiro trimestre, um aumento real de 11,08%
29 de abril de 2022

O governo federal comemora a arrecadação de março, que somou R$ R$ 164,147 bilhões, mas se esquece de que o fato está diretamente ligado à alta de inflação que afeta o bolso e a qualidade de vida dos brasileiros. Pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a inflação acumula alta de 12,03% em um ano.

Os dados da arrecadação federal divulgados pela Receita Federal, nesta quinta-feira (28), representam um avanço de 6,92% em relação ao mesmo mês do ano anterior, já descontada a inflação do período. Entre janeiro e março, a arrecadação somou R$ 548,1 bilhões, um aumento real de 11,08%.

Para analistas financeiros, o resultado da arrecadação de março reflete a inflação alta, principalmente nas atividades relacionadas às commodities que são cotadas pelo mercado internacional e tiveram os seus preços elevados, especialmente devido à guerra na Ucrânia. Assim, o governo arrecadou mais, mas a população paga diretamente o custo das altas nos preços dos combustíveis e que, por efeito cascata, afeta os valores cobrados por todas as mercadorias e serviços.

Seguindo essa mesma lógica, o forte desempenho arrecadatório para o mês e para o trimestre é explicado pela forte arrecadação do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL), sobretudo pelo período de ajustes dos pagamentos em relação ao lucro de 2021.

Déficit primário

Mesmo sendo o melhor desempenho arrecadatório desde 1995, o governo fechou março com um déficit primário de R$ 6,3 bilhões. Isso significa que as despesas federais foram maiores que arrecadação, com aumento real de 13,5%. Porém, o resultado acumulado no ano ainda totaliza um superávit primário de R$ 49,6 bilhões.

Redação ICL Economia
Com informações das agências

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