Nem o arroz escapa da onda de desinformação sobre tragédia no RS. Governo age para não deixar faltar o produto nas gôndolas

"A onda de desinformação tem feito as pessoas comprarem arroz e estocar sem necessidade", disse o presidente da Conab, Edegar Pretto.
14 de maio de 2024

Na sexta-feira passada (10), o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou uma MP (medida provisória) que permite a importação de 1 tonelada de arroz, basicamente com duas finalidades: não deixar faltar o produto no mercado brasileiro, uma vez que o Rio Grande do Sul é responsável por cerca de 70% da produção do cereal; e evitar a especulação de preço do produto.

Não bastasse toda a comoção gerada pela tragédia climática no Rio Grande do Sul, há um elemento perverso no meio desse cenário trágico: a onda de fake news patrocinada por representantes da extrema direita brasileira, que tem gerado pânico na população, dizendo que vai faltar arroz no mercado.

Diante dessa onda de desinformação, o presidente da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Edegar Pretto, veio a público esclarecer como se dará a importação do cereal, que será feita pela companhia, cuja estrutura havia sido sucateada nos governos de Michel Temer (2016-2018) e Jair Bolsonaro (2019-2022), e que está sendo retomada agora no governo Lula 3.

“A onda de desinformação tem feito as pessoas comprarem [arroz] e estocar sem necessidade. Além de não deixar faltar arroz, [a medida provisória] vai garantir que o preço [do produto] não seja alvo de especulação de alguém que queira se aproveitar”, disse.

Segundo Pretto, a MP permite a importação de 1 tonelada do cereal, mas “não vamos trazer tudo de uma vez só para não competir com a nossa produção local”. “Estamos agindo com muita atenção para não deixar que os preços fiquem altos para nossos consumidores”, enfatizou.

No Mato Grosso, associação disse que não há falta de arroz nas gôndolas

De acordo com a Asmat (Associação de Supermercados de Mato Grosso), até o momento não há falta de arroz nas gôndolas, mas a expectativa é que o preço do produto aumente mesmo com a colheita de cerca de 50% no sul e a medida provisória do governo federal.

Em entrevista à reportagem do g1, o gerente de uma rede de supermercados do MT David Dias, disse que alguns fornecedores não estão recebendo pedidos e que tem percebido que os clientes tem levado mais pacotes pra casa.

“Risco de desabastecimento devido aos distribuidores acredito que não vá ter, mas pode ter um desabastecimento no mercado porque as pessoas veem as notícias e levam mais pacotes para casa”, disse.

Segundo a diretora executiva da Abiarroz (Associação Brasileira das Indústrias de Arroz), Andressa Silva, o Brasil produz, em média, 11 milhões de toneladas do cereal por ano.

Ela lembrou que a maior parte da produção do Rio Grande do Sul já foi colhida, mas o volume de compra pode desestimular os produtores a investirem no arroz no próximo plantio, previsto para o mês de setembro.

“Antes das enchentes, cerca de 80% da produção já havia sido colhida e é possível que haja mudança de preço pela questão logística, já que percursos que levavam 3 horas agora levam 11 horas para serem feitas”, explicou.

Criadora de conteúdo se revolta com a “indústria da liberdade de expressão” no país

A influenciadora digital Ive Brussel criticou, em vídeo publicado nas redes sociais, o que ela chama de “indústria da liberdade de expressão para cometer crimes neste país”. “É de uma perversidade, é de uma monstruosidade, que gentinha canalha, se aproveitar de uma desgraça que está acontecendo no Rio Grande do Sul para tentar desqualificar os trabalhos dos governos federal, estadual e municípal”, disse.

Segundo Ive – nome inventado para as redes sociais – a atuação da extrema direita contribui para aumentar “o pânico social e econômico”, para impedir a chegada de ajuda ao estado, que enfrenta a pior tragédia climática de sua história.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do g1

 

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