Banco Mundial projeta crescimento de 2,4% para a economia global em 2024 e prevê ‘década perdida’

Excluindo o crescimento de 2020, que foi impactado pela pandemia de Covid-19, o percentual projetado para 2024 é o mais baixo em um ano desde a crise financeira de 2008. Para o Brasil, o crescimento projetado para este ano é de 1,5%
9 de janeiro de 2024

O Banco Mundial disse, nesta terça-feira (9), que a economia global deve crescer 2,4% em 2024, o terceiro ano de queda consecutiva, ante o resultado de 2,6% de crescimento em 2023. Diante do pior crescimento registrado nos últimos cinco anos em mais de três décadas, a instituição prevê uma “década de oportunidades perdidas” para a economia mundial.

Se a projeção do Banco Mundial se concretizar, o crescimento da economia global este ano será 0,75 ponto percentual inferior à média observada desde o início dos anos 2000.

Excluindo o crescimento de 2020, que foi impactado pela pandemia de Covid-19, o percentual projetado para 2024 é o mais baixo em um ano desde a crise financeira de 2008.

Embora as perspectivas do relatório da instituição não sejam muito otimistas, o banco reconhece que “a economia mundial está em uma situação melhor do que há um ano: o risco de uma recessão global diminuiu, em grande parte devido à força da economia dos Estados Unidos”.

No entanto, ele reforçou a necessidade de “correção de rumo, a década de 2020 ficará para a história como uma década de oportunidades desperdiçadas”.

Para América Latina e Caribe, Banco Mundial prevê recuperação gradual

Para a região da América Latina e Caribe, o Banco Mundial prevê recuperação gradual, com crescimento de 2,3% em 2024 e 2,5% em 2025, como consequência da redução das taxas de juros e aumento dos investimentos.

Para o Brasil, o crescimento projetado para este ano é de 1,5%, um pouco abaixo do projetado pelo mercado financeiro, segundo o último Boletim Focus do Banco Central (+1,59%).

O Banco Mundial ainda projetou crescimento de 2,6% para a economia do México; +2,7% para a Argentina; +,18% para a Colômbia e para o Chile; e +2,5% para o Peru.

No Caribe, com exceção da Guiana, que registra um boom de recursos, as economias deverão crescer 4,1% e na América Central 3,7%, devido principalmente a um aumento moderado das remessas.

Mas, no longo prazo, a instituição prevê “desafios persistentes” devido ao declínio do “potencial de crescimento econômico”.

ONU também projeta crescimento menor

Na quinta-feira passada (4), a ONU (Organização das Nações Unidas) divulgou relatório econômico, no qual reduziu de 2,7% para 2,4% a estimativa de crescimento da economia global em 2024, número que converge com o do Banco Mundial.

As perspectivas de crescimento na América Latina e no Caribe também estão se deteriorando, segundo a organização. Em 2024, a projeção é de que o PIB regional cresça apenas 1,6%, depois de atingir um crescimento estimado de 2,2% em 2023.

Projeta-se que o crescimento do PIB no Brasil desacelere de 3,1% em 2023 para 1,6% em 2024, devido aos impactos prolongados das taxas de juros mais altas e da desaceleração da demanda externa.

Lembrando que, somente em agosto, o Banco Central começou a reduzir a taxa básica de juros (Selic), que saiu de um patamar de 13,75% ao ano para os atuais 11,75%, depois de quatro quedas consecutivas de 0,50 ponto percentual.

Redação ICL Economia
Com informações da agências de notícias e da Folha de S.Paulo

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