Pela décima vez consecutiva, mercado financeiro eleva projeção da inflação de 5,79% para 5,89%, aponta Boletim Focus

Esta foi a décima vez que o mercado elevou a projeção de inflação. Já para o PIB de 2023, os analistas elevaram a previsão de crescimento de 0,76% para 0,80%
22 de fevereiro de 2023

Analistas do mercado financeiro elevaram de 5,79% para 5,89% as projeções para a inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Produtor Amplo), para o ano de 2023. O Banco Central, que tradicionalmente divulga o Boletim Focus às segundas-feiras, divulgou o documento nesta quarta-feira (22), devido ao feriado prolongado de Carnaval. Foram ouvidas mais de 100 instituições financeiras na semana passada sobre as projeções para a economia. Esta é a décima vez que elas elevaram a projeção para o indicador.

Para este ano, a meta central de inflação foi fixada em 3,25% pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,5 ponto percentual para mais ou para menos (1,75% e 4,75%). Se confirmado, esse será o terceiro ano seguido de estouro da meta de inflação, ou seja, no qual o IPCA fica acima do teto fixado pelo sistema de metas. Em 2022, a inflação oficial encerrou o ano em 5,79% e a meta oficial era de 3,5%.

Por sua vez, para o ano que vem a projeção de inflação do mercado financeiro subiu de 4% para 4,02%. Foi a quinta elevação seguida da previsão. A meta de inflação do próximo ano, definida pelo CMN é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.

A meta de inflação e a taxa de juros no Brasil (Selic) têm estado no centro do debate entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Banco Central. Lula defende que mudanças no regime de metas e a redução dos juros são necessárias para que a economia do Brasil possa crescer.

A fala de Lula é corroborada pela pesquisa Monitor do PIB/FGV (Fundação Getúlio Vargas), divulgada recentemente, que mostra que os patamares elevados de juros e de endividamento das famílias desaceleraram a economia em 2022 e causaram uma retração de 0,2% no Produto Interno Bruto do quarto trimestre.

Inflação: mercado eleva projeção para o crescimento do PIB de 0,76% para 0,80%

Para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 2023, o mercado financeiro elevou sua previsão de 0,76% para 0,80%. Lembrando que, na edição anterior, os analistas haviam reduzido as projeções de crescimento da economia de 0,79% para 0,76%. Para 2024, a previsão de crescimento permaneceu estável em 1,5%. O PIB corresponde à soma de todos os bens e serviços produzidos no país.

Em relação à taxa básica de juros (Selic), o mercado financeiro manteve a previsão estável na base anual em 12,75% para o fim de 2023. Atualmente, o indicador está em 13,75% ao ano.

O Copom (Comitê de Política Monetária) vem sinalizando que os juros devem se manter altos por um período mais prolongado, diante das perspectivas de inflação em patamares mais elevados, o que vem gerando descontentamento no governo Lula, principalmente depois da divulgação do pacote econômico pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Para o fim de 2024, a projeção do mercado para o juro básico da economia ficou estável em 10% ao ano.

No Boletim Focus divulgado hoje, o mercado manteve a projeção anterior para a taxa de câmbio para o fim de 2023: R$ 5,25. Já no encerramento de 2024, houve recuo de R$ 5,30 para R$ 5,29.

Para a balança comercial o saldo previsto (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção avançou de US$ 57,2 bilhões para US$ 57,9 bilhões de superávit em 2023. Para 2024, a expectativa para o saldo positivo subiu de US$ 56,5 bilhões para US$ 56,8 bilhões.

Por fim, a entrada de investimento estrangeiro direto previsto para este ano permaneceu em US$ 80 bilhões. Para 2024, os analistas também mantiveram a estimativa de ingresso em US$ 80 bilhões.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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