Depois de seis semanas prevendo alta, o mercado financeiro virou a chave e agora projeta queda de 5,92% para 5,79% para o fechamento da inflação oficial deste ano no Brasil. O dado consta do Boletim Focus divulgado, nesta segunda-feira (12), pelo Banco Central. A publicação, do Boletim Focus para a qual foram ouvidas mais de 100 instituições financeiras na semana passada, é a primeira a sair depois que o governo eleito já indicou os primeiros nomes que comporão os ministérios, como Fernando Haddad, que será o ministro da Economia no novo mandato do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na sexta-feira passada (9), em rápida entrevista após ter sido anunciado como titular da pasta a partir de 1º de janeiro de 2023, Haddad afirmou que o estabelecimento de uma nova regra fiscal, em substituição ao teto de gastos, a retomada de acordos internacionais e a reforma tributária serão as primeiras iniciativas do seu ministério em 2023. Nesta semana, ele começa a escolher os secretários do Ministério da Fazenda, como deve voltar a se chamar pasta da Economia em sua gestão.
Na semana passada, foi divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), mostrando alta de 0,41% em novembro, 0,18 ponto percentual (p.p.) abaixo do que foi registrado em outubro (0,59%). A inflação acumulada no ano chega a 5,13% e, nos últimos 12 meses, a 5,90%, abaixo dos 6,47% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2021, a taxa havia sido de 0,95%.
A meta de inflação para este ano, definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), é de 3,5% e será considerada cumprida se oscilar entre 2% e 5%. O Banco Central vê chance grande de estouro da meta em 2022, assim como aconteceu no ano passado.
Já para 2023, segundo Boletim Focus, a meta central de inflação foi fixada em 3,25% e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%. De acordo com o Boletim Focus, a previsão da inflação para o ano que vem ficou estável em 5,08%.
Para o crescimento da economia, mercado financeiro manteve previsão do PIB em 3,05%, segundo Boletim Focus
O mercado financeiro manteve a previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano, em 3,05%. No último Boletim Focus, a despeito da desaceleração do PIB no terceiro trimestre, o mercado financeiro elevou de 2,81% para 3,05% a previsão de crescimento econômico este ano.
Para 2023, a previsão de crescimento permaneceu em 0,75%. Ao sancionar a lei que prevê as diretrizes do orçamento de 2023, o governo informou que a previsão é o PIB crescer 2,5% no ano que vem.
Em relação à taxa básica de juros (Selic), o mercado financeiro manteve o percentual em 13,75%. Na semana passada, o Copom (Comitê de Política Monetária) manteve os juros sem alteração pelo terceiro encontro consecutivo. O ciclo de 12 altas seguidas na Selic começou em março de 2021 e só foi interrompido na reunião de 21 de setembro de 2022. Para o fim de 2023, o mercado manteve a expectativa da Selic em 11,75% ao ano.
Com relação ao dólar, a projeção para a taxa de câmbio para o fim deste ano continua em R$ 5,25. Para 2023, ficou estável em R$ 5,25.
Já para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção permaneceu em US$ 55 bilhões de resultado positivo em 2022, e, para o ano que vem, subiu de US$ 58,15 bilhões para US$ 60 bilhões de superávit.
Por fim, o Boletim Focus elevou previsão de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, neste ano, de US$ 78 bilhões para US$ 80 bilhões. Para 2023, a estimativa subiu de US$ 75 bilhões para US$ 76 bilhões de ingresso.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias