O mercado financeiro reduziu de 4,59% para 4,55% a projeção da inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), conforme o Boletim Focus do Banco Central divulgado ontem (20). Para o ano que vem, os analistas consultados para a publicação também reduziram levemente a previsão, de 3,92% para 3,91%.
Com a decisão, a projeção de inflação para este ano continua abaixo do teto da meta definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). A meta central de inflação é de 3,25% em 2023 e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.
Já para o ano que vem, a meta de inflação é de 3%, e será considerada cumprida se o resultado ficar entre 1,5% e 4,5%.
Os mais de cem analistas consultados para a publicação foram ouvidos na semana passada, quando o governo decidiu manter a meta de déficit zero no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). O mercado financeiro viu de modo positivo essa decisão, o que representa, no entendimento dos analistas, que o governo vai manter seu compromisso com o arcabouço fiscal e com o controle das contas públicas.
No entanto, a meta ainda pode ser alterada no fim do ano, na votação do Orçamento de 2024, ou em março, quando o governo fizer o balanço do primeiro bimestre do ano que vem.
Caso a projeção para a inflação se confirme este ano, será interrompida uma sequência de dois anos de descumprimento da meta de inflação. Em 2021, o IPCA somou 10,06%. E, em 2022, a inflação somou 5,79%.
Boletim Focus: por outro lado, mercado financeiro reduz projeção para o crescimento da economia
Os analistas consultados para a publicação do Banco Central reduziram a projeção para o crescimento da economia. Eles reduziram de 2,89% para 2,85% a previsão de alta do PIB (Produto Interno Bruto) de 2023.
Para 2024, a previsão de crescimento da economia permaneceu inalterada em 1,50% pela nona semana consecutiva.
Do mesmo modo, os analistas mantiveram as estimativas para a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) para o final deste ano e de 2024 em, respectivamente, 11,75% e 9,25%.
Atualmente, a taxa Selic está em 12,25% ao ano, após três reduções seguidas promovidas pelo Banco Central.
Em relação à taxa de câmbio para este ano, foi mantida em R$ 5 a cotação da moeda norte-americana. Para o fim de 2024, a estimativa caiu de R$ 5,08 para R$ 5,05.
A previsão de superávit da balança comercial subiu pela sétima semana seguida. Desta vez, de US$ 76 bilhões para US$ 77 bilhões de superávit em 2023. Para 2024, a expectativa para o saldo positivo avançou de US$ 62,7 bilhões para US$ 63,65 bilhões.
Por fim, o ingresso de investimento estrangeiro direto no Brasil caiu de US$ 69 bilhões para US$ 64,7 bilhões este ano. Para 2024, a estimativa recuou de US$ 73 bilhões para US$ 70 bilhões.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias