As bolsas da Europa operam no campo negativo nesta manhã de quinta-feira (4), enquanto a trajetória dos índices futuros está mista, com os investidores aguardando a decisão dos juros pelo BCE (Banco Central Europeu) hoje e, também, repercutindo a definição do Fed (Federal Reserve) de subir a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, para uma faixa de 5% a 5,25% ao ano, em linha, portanto, com o previsto pelo mercado.
Além da decisão em si, os agentes prestaram atenção na fala do presidente do Fed, Jerome Powell, que sinalizou que cortes de juros “não serão apropriados” se as projeções atuais de desaceleração gradual dos preços se confirmarem. Ou seja, o ciclo de aperto poderá ter continuidade por mais um tempo ainda.
Para somar a esse cenário, ontem (3), a crise envolvendo bancos regionais dos Estados Unidos ganhou novo capítulo. As ações do PacWest Bank, com sede na Califórnia, desabaram mais de 50% no after market depois de uma notícia da Bloomberg informar que o banco estaria estudando uma possível venda ou aumento de capital para lidar com as recentes dificuldades.
Vale lembrar que três bancos regionais já colapsaram nos Estados Unidos. As dificuldades começaram com o Silicon Valley Bank em março e culminaram, nesta semana, com a falência do First Republic Bank, cujos ativos foram comprados pelo J.P. Morgan.
Sobre a decisão do BCE hoje, espera-se que a autoridade monetária europeia eleve as taxas de juros mais uma vez, enquanto tenta domar a inflação na zona do euro. A maioria dos agentes do mercado espera um aumento de 25 pontos-base, embora um aumento maior não esteja descartado.
Brasil
O Ibovespa fechou o pregão de quarta-feira (3) em queda, após uma sessão marcada por volatilidade em meio às expectativas pelas decisões de juros nos Estados Unidos e no Brasil. O principal índice da Bolsa brasileira caiu 0,13%, aos 101.797 pontos.
Ontem, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) elevou seus juros em 0,25%, a um patamar entre 5,00% e 5,25%, o maior nível em 16 anos. A decisão veio em linha com o que era projetado por investidores e analistas, o que tranquilizou o mercado.
Já o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu por manter a taxa Selic em 13,75% ao ano. Pelo sexto encontro consecutivo, o colegiado optou por não mexer nos juros. A decisão foi unânime.
Nas negociações do dia do Ibovespa, o dólar fechou em queda de 1,09% frente ao real, cotado a R$ 4,991 na compra e a R$ 4,992 na venda.
Europa
As bolsas da Europa recuam antes da decisão da taxa do BCE (Banco Central Europeu), enquanto digerem aumento de juros nos EUA em 25 pontos-base. O anúncio da nova taxa da zona do euro deve ser feito ainda nesta manhã (9h15, horário de Brasília).
Ainda nesta manhã, a petrolífera Shell divulgou seu resultado do primeiro trimestre, reportando ganhos ajustados de US$ 9,6 bilhões, acima da estimativa de US$ 8,6 bilhões.
Já a Anheuser-Busch InBev, proprietária da Budweiser, reportou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de US$ 4,76 bilhões, um aumento de 13,6% em relação ao primeiro trimestre de 2022.
FTSE 100 (Reino Unido), -0,48%
DAX (Alemanha), -0,33%
CAC 40 (França), -0,44%
FTSE MIB (Itália), -0,67%
STOXX 600, -0,50%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam majoritariamente em baixa, depois que o Fed elevou as taxas em 25 pontos-base, conforme amplamente esperado, elevando a faixa de taxa dos fundos federais para 5% a 5,25% – seu nível mais alto desde agosto de 2007.
Dow Jones Futuro (EUA), -0,05%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,12%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,10%
Ásia
As bolsas da Ásia fecharam mistas, com investidores locais digerindo aumento de juros nos EUA e o resultado da atividade industrial na China. A atividade fabril chinesa contraiu pela primeira vez em três meses, com a leitura do índice de gerentes de compras (PMI) da Caixin China caindo para 49,5.
Enquanto isso, a autoridade monetária de Hong Kong elevou sua taxa básica de juros para 5,5%, seguindo os movimentos do Federal Reserve dos EUA.
Shanghai SE (China), +0,82%
Nikkei (Japão), +0,12%
Hang Seng Index (Hong Kong), +1,27%
Kospi (Coreia do Sul), -0,02%
ASX 200 (Austrália), -0,06%
Petróleo
Depois de cair por três sessões consecutivas, os preços do petróleo operam em alta nesta manhã de quinta-feira, mas preocupações com a demanda persistem.
Petróleo WTI, +0,96%, a US$ 69,26 o barril
Petróleo Brent, +1,23%, a US$ 73,20 o barril
Agenda
O destaque da agenda internacional de hoje é a divulgação da taxa de juros pelo BCE (Banco Central Europeu), que deve aumentar as taxas de juros pela sétima reunião consecutiva.
Nos EUA, saem os pedidos de seguro-desemprego semanal e a balança comercial de março.
Por aqui, no Brasil, no campo político, o presidente Lula teve sua primera grande derrota na Câmara dos Deputados, que aprovou na noite de ontem (3), por 295 votos a 136, projeto que suspende parte dos decretos que alteram as regras do marco do saneamento, editados no início de abril. Agora, a matéria segue para votação no Senado. O projeto foi relatado pelo deputado Alex Manente (Cidadania-SP) e atinge normas que deram sobrevida à operação das estatais de saneamento. Na seara econômica, depois da decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), que manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano no Brasil, hoje (4) saem dados do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços do mês de abril.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do InfoMoney