Bolsas em queda, nos EUA e na Europa, à espera do discurso de Jerome Powell nesta sexta-feira (26)

Mercados aguardam ansiosos pelo discurso de Powell, que pode dar indicações dos caminhos adotados pelo Fed na condução da política monetária do país
26 de agosto de 2022

As bolsas em queda nesta sexta-feira (26) refletem um certo nervosismo do mercado diante de números que já indicam que a maior economia do mundo está em recessão técnica. Os índices futuros dos EUA e as bolsas da Europa recuam nesta manhã, diante da apreensão dos números e, principalmente, na expectativa do que falará o presidente do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, na reunião de bancos centrais em Jackson Hole, que poderá indicar os caminhos que a autoridade monetária adotará para conduzir a política monetária dos EUA.

A segunda prévia do PIB dos EUA caiu 0,6% no segundo trimestre em termos anualizados, na comparação com o primeiro trimestre, conforme apontou a segunda estimativa do BEA (Bureau of Economic Analysis), divulgada na quinta-feira (25), já indicando uma recessão técnica.

O simpósio anual de Jackson Hole, que reúne bancos centrais do mundo todo, começou ontem (25), mas o segundo dia do evento, nesta sexta, é o mais aguardado pelo mercado financeiro devido ao discurso de Powell. Isso porque, no passado, presidentes do Fed usaram o evento como um local para fazer anúncios de políticas importantes.

Ontem, diversos diretores do Fed falaram no simpósio, mas não se comprometeram a dizer se a autoridade monetária manterá, na reunião de setembro, a política agressiva de aumento de juros para controlar a alta inflação americana.

Na Europa, investidores também repercutem o mais recente aumento no teto de preço de energia do Reino Unido. O país já enfrenta uma crise histórica de custo de vida e as projeções indicam que a situação deve se deteriorar ainda mais em 2023.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de quinta-feira (25) em alta de 0,56%, a 113.532 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira acompanhou o que foi visto no exterior.  Segundo analistas do mercado financeiro, os investidores estão mais atentos com a economia dos EUA, principalmente após o PIB (Produto Interno Bruto) ter sido revisado para cima, com queda de 0,6% no segundo trimestre.

Ontem, o Conselho de Estado da China anunciou novas medidas  de estímulo à economia, que sofre com uma crise imobiliária, surtos de Covid-19 e ondas de calor. O foco está na retomada das cadeias produtivas para manter a produção, além de aquecer o consumo. Na Europa, as atenções ficaram com a ata da reunião de autoridades do Banco Central Europeu (BCE) do mês passado, que mostrou preocupação crescente com a possibilidade de a inflação elevada estar se enraizando. O BCE avaliou que o risco era grande o suficiente para justificar um aumento de juros maior do que o sinalizado.

Nas negociações do dia,  o dólar fechou praticamente estável, com leve alta de 0,02%, a R$ 5,111 na compra e a R$ 5,112 na venda.

Europa

Os mercados europeus operam sem direção definida, com as atenções voltadas para o discurso do presidente do Fed no simpósio econômico de Jackson Hole. Além disso, as bolsas europeias operam no compasso do aumento no teto de preço de energia do Reino Unido, que indica um horizonte difícil à frente para o custo de vida e as perspectivas de inflação. A partir de 1º de outubro, o teto de preço aumentará 80% para 3.549 libras (US$ 4.189,64) por ano em relação ao seu nível atual de 1.971 libras, como resultado de um aumento contínuo nos preços do gás no atacado.

Ainda, investidores do bloco aguardam a divulgação dos dados do consumidor alemão para setembro, juntamente com os de confiança do consumidor francês e italiano para agosto.

FTSE 100 (Reino Unido), +0,20%
DAX (Alemanha), +0,11%
CAC 40 (França), +0,02%
FTSE MIB (Itália), -0,15%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam em baixa nesta sexta-feira (26) após alta da véspera, com os investidores aguardando o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, em Jackson Hole. A expectativa deles é de que o discurso indique se o Fed aumentará as taxas em 0,5 ou 0,75 ponto percentual em sua próxima reunião de política monetária em setembro.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,20%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,29%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,40%

Ásia

A maioria dos mercados asiáticos fechou em alta nesta manhã, com exceção do índice de Shangai, da China, com participantes do mercado também aguardando a apresentação do presidente do Fed, Jerome Powell, em Jackson Hole.

Shanghai SE (China), -0,31%
Nikkei (Japão), +0,57%
Hang Seng Index (Hong Kong), +1,01%
Kospi (Coreia do Sul), +0,79%

Petróleo

As cotações do petróleo avançam com sinais de melhora na demanda pela commodity, mas a alta é limitada, já que investidores aguardam por pistas do presidente do Fed sobre as perspectivas de aumentos de juros.

Petróleo WTI, +0,83%, a US$ 93,29 o barril
Petróleo Brent, +0,81%, a US$ 100,14 o barril

Agenda

Todos os olhos estão voltados hoje para o discurso do presidente do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, na reunião de bancos centrais em Jackson Hole nesta sexta-feira (26), segundo dia de simpósio. Hoje será divulgado também o índice de preços de consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês), referente ao mês de julho. Atualmente esse índice acumula alta de 6,8% em 12 meses, bem acima da meta de inflação nos Estados Unidos, que é de 2%.

Por aqui, no Brasil, no campo político, o Jornal Nacional, da TV Globo, encerra a série de entrevistas com os primeiros colocados nas pesquisas de intenções de votos à Presidência com a candidata Simone Tebet, do MDB. No campo econômico, será divulgado às 9h o índice de preços ao produtor de julho. Às 9h30, serão relatados os dados do investimento estrangeiro no país.

Redação ICL Economia
Com informações das agências

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