As bolsas internacionais estão operando em trajetória de queda na manhã desta terça-feira (20), invertendo os ganhos no fim do dia de ontem (19). O nervosismo ocorre às vésperas da reunião do Fed (Federal Reserve) que definirá a nova taxa básica de juros da economia americana.
Na tarde de quarta-feira, o Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto, na tradução para o português), divulga seu comunicado. A expectativa é para uma nova alta da taxa básica de juros em 0.75 ponto percentual, a terceira elevação consecutiva nesse patamar com o objetivo de controlar a inflação americana, que permanece em níveis elevados. Contudo, não está descartado aumento de 1 ponto percentual.
Ao lado das projeções para o novo reajuste para cima, os investidores estarão olhando o comunicado da autoridade monetária com lupa bem como o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, à procura de sinais sobre por quanto tempo vai perdurar o ciclo de altas. A aposta é que a política mais agressiva dure para além de setembro, uma vez que o consumo e o mercado de trabalho americano continuam aquecidos.
Do lado europeu, os dados ruins sobre inflação ao produtor na Alemanha jogaram um balde de água fria nos mercados. O PPI (na sigla em inglês) local subiu 7,9% em agosto, ante uma estimativa de mercado de alta de 1,6%. A taxa anualizada atingiu 45,8% ante os 37,9% projetados pelo mercado local.
Os preços de energia ainda impulsionam o indicador, embora eles tenham perdido força nas últimas medições mensais.
Brasil
O Ibovespa fechou o pregão de segunda-feira (19) em alta, acompanhando a melhora das bolsas no exterior e puxada por ações do setor de educação. O principal índice da Bolsa brasileira encerrou o dia em alta de 2,33%, a 111.823 pontos.
Os economistas do mercado financeiro reduziram de 6,40% para 6% a estimativa de inflação para este ano e também elevaram a previsão de crescimento da economia, segundo o boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central.
O dólar comercial, por sua vez, caiu forte recuando 1,79% e fechando o dia valendo R$ 5,165 na compra e venda.
Europa
As bolsas europeias começaram esta terça-feira com perdas, até mesmo o FTSE, que voltou após o feriado motivado pelo funeral da rainha Elizabeth II. O indicador operava em alta, mas virou para queda. Os demais mercados repercutiram os dados ruins sobre inflação ao produtor na Alemanha.
FTSE 100 (Reino Unido), -0,30%;
DAX (Alemanha), -0,90%;
CAC 40 (França), -0,99%;
FTSE MIB (Itália), -1,00%.
Estados Unidos
Os índices Futuros de Nova York operam em baixa nesta manhã. Ontem (19), em dia volátil, o Dow Jones fechou em alta de 0,64%, enquanto o S&P subiu 0,69% e o Nasdaq avançou 0,76%. Isso porque, após o fechamento do mercado, a Ford anunciou que problemas na cadeia de suprimentos custarão à montadora US$ 1 bilhão extras no terceiro trimestre, levando as ações a uma queda de 4,5% no after market.
Dow Jones Futuro (EUA), -0,42%;
S&P 500 Futuro (EUA), -0,49%;
Nasdaq Futuro (EUA), -0,59%.
Ásia
Já nas bolsas asiáticas, o dia foi de ganhos impulsionados pela decisão do governo chinês de manter sua taxa básica de empréstimos, conforme as projeções de mercado apontavam. O núcleo da inflação no Japão aumentou 2,8% em relação ao ano anterior, maior aceleração observada desde o final de 2014.
Shanghai SE (China), +0,22%;
Nikkei (Japão), +0,44;
Hang Seng Index (Hong Kong), +1,16%;
Kospi (Coreia do Sul), +0,52%.
Petróleo
Os preços do petróleo abriram o dia em alta na manhã desta terça-feira (20), mesmo com a expectativa de que a política monetária do Fed (Federal Reserve) reduza o crescimento da economia global e isso traga impactos para a demanda no médio e longo prazos. O fortalecimento do dólar também preocupa.
Petróleo WTI, +0,54, a US$ 86,19 o barril;
Petróleo Brent, +0,63%, a US$ 92,48 o barril.
Agenda
Terça-feira de poucos indicadores de destaque na agenda econômica internacional. Serão divulgados dados da expectativa de inflação no Reino Unido e do mercado imobiliário nos Estados Unidos, que podem ajudar a ancorar algumas projeções.
Por aqui, no Brasil, no campo político, todos as atenções estarão voltadas ao discurso do presidente Jair Bolsonaro (PL) na Assembleia geral da ONU, um dia depois da divulgação da pesquisa Ipec, que mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 47% das intenções de votos e Bolsonaro com 31%, ampliando as chances de vitória do petista no primeiro turno das eleições, no dia 2 de outubro. Não há dados relevantes no cenário econômico a serem divulgados hoje.
Redação ICL Economia
Com informações das agências
