O avanço de 0,8% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil no primeiro trimestre deste ano, deve levar o país de volta ao posto de oitava maior economia do mundo em 2024, segundo estimativas da Austin Rating, com projeções do FMI (Fundo Monetário Internacional). Desde 2017 o país não fica entre as oito maiores economias globais.
De acordo com projeções da agência de rating, o PIB brasileiro deve terminar o ano em US$ 2,331 bilhões, fazendo com que o Brasil ultrapasse a Itália, que recuaria para nono lugar no ranking.
Para 2025, a projeção é de que o Brasil se mantenha na oitava posição, com um PIB de US$ 2,437 trilhões.
O mercado financeiro projeta que o crescimento da economia brasileira seja de 2,05% este ano e de 2% no ano que vem, segundo dados do Boletim Focus.
Os dados do PIB divulgados ontem (4) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que, no acumulado dos quatro trimestres terminados em março de 2024, comparado ao mesmo período de 2023, o indicador cresceu 2,5%. Nessa comparação, houve altas na Agropecuária (6,4%), na Indústria (1,9%) e nos Serviços (2,3%).
“O Brasil perderia o oitavo lugar para a Itália apenas caso o crescimento estimado para esse ano pelo Focus de 2,05% ficasse menor, bem abaixo disso; e o da Itália que está estimado em 0,7% ficasse bem acima disso”, disse Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, ao site InfoMoney.
Outro fator que também não deixaria o Brasil no oitavo lugar é se o real e o euro apresentarem uma diferença de paridade de conversão muito grande uma com a outra daqui para frente.
Conforme o levantamento da Austin, a lista de maiores economias deve ficar assim, levando-se em conta o PIB estimado:
- Estados Unidos – US$ 28.781,1
- China – US$ 18.532,6
- Alemanha – US$ 4.591,1
- Japão – US$ 4.110,5
- Índia – US$ 3.937,0
- Reino Unido – US$ 3.495,3
- França – US$ 3.130,0
- Brasil – US$ 2.331,4
- Itália – US$ 2.328,0
- Canadá – US$ 2.242,2
Entre 2010 e 2014, Brasil ocupou sétimo lugar como maior economia. Com PIB do 1º tri, país cresceu mais que países europeus e EUA
O ranking da Austin mostra que o Brasil ficou na melhor posição, em sétimo lugar, entre os anos de 2010 e 2014, ou seja, em anos em que o país era governado pelo PT.
Em 2015, por conta da crise econômica, o Brasil recuou para 9ª posição, a qual se manteve em 2016. Em 2017, chegou a recuperar a 8ª posição, mas retornou para 9ª posição, em 2018 e 2019.
Em 2020 e 2021, o Brasil caiu para 11ª posição e, ano passado, subiu dois degraus, ficando na 9ª posição.
Na comparação com outros países, o Brasil ficou entre os 15 maiores crescimento porcentuais, segundo dados compilados pela Austin.
Por outro lado, o avanço de 0,8% da economia no primeiro trimestre, o Brasil foi superado por Israel (3,4%), Turquia (2,4%), Hong Kong (2,3%), Chile (1,9%), China (1,6%), Malásia (1,4%), Filipinas (1,3%), Coreia do Sul (1,3%), Arábia Saudita (1,3%), Chipre (1,2%), Tailândia (1,1%), Colômbia (1,1%), Irlanda (1,1%), Croácia (1%), Sérvia (0,8%) e Lituânia (0,8%).
Em comparação com os demais países do G20 (as 20 maiores economias do planeta), o Brasil teve crescimento superior ao dos países europeus e dos Estados Unidos, mas segue atrás de emergentes como Turquia, China e Índia. Estes dois últimos têm expectativa de crescimento a uma taxa anualizada de crescimento na casa dos 5% e 7%, respectivamente.
A decepção veio dos Estados Unidos, que, no primeiro trimestre, mostrou uma taxa de crescimento anualizada de 1,6%, ante expectativas de 2,4% de economistas.
Mas é importante destacar que a economia mundial está crescendo de modo desigual e, o que se vê, são países ricos tendo de lidar com inflações e taxas de juros altas, enquanto outros demoram ainda a se recuperar em níveis pré-pandemia de Covid.
No caso do Brasil, os números mostram que o país vive um momento de recuperação — mas com previsões de crescimento mais modestas do que as realizadas nos últimos anos.
Em 2020, o PIB brasileiro contraiu 3,3%, e nos anos seguintes houve recuperação em todos os anos: 5% (2021), 3% (2022) e 2,9% (2023).
Para este ano e para 2025, tanto governo quanto o mercado e entidades internacionais projetam uma taxa anual de crescimento em torno de 2%.
Relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) aponta que esse crescimento seria puxado por “crescimento robusto do emprego, pelos aumentos do salário mínimo e pela diminuição da inflação”, o que levaria a um maior consumo das famílias.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias