O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu ontem (31) manter a taxa básica de juros inalterada em 10,50% ao ano. Com a decisão, o Brasil saiu da segunda para a terceira posição como o maior juro real do mundo (descontada a inflação prevista para os próximos 12 meses).
Segundo levantamento compilado pela consultoria MoneYou, os juros reais do país ficaram em 7,36%. O líder do ranking é a Turquia, com taxa real de 12,13%.
Na última divulgação, em 19 de junho, o Brasil ocupava a segunda colocação da lista. Segundo o MoneYou, a combinação de inflação mais forte e cenário externo desafiador continua a pressionar o fechamento da taxa real de juros no Brasil.
A Argentina continuou com o último lugar no ranking. Apesar de, em junho, ter perdido para a Turquia o posto de maiores taxas nominais da lista (40% ao ano, frente aos 50% da Turquia), o país também enfrenta uma inflação altíssima, o que acaba derrubando as taxas reais.
A lista dos 15 países com os maiores juros nominais do mundo são os seguintes:
- Turquia 12,13%
- Rússia 7,55%
- Brasil 7,36%
- México 6,24%
- África do Sul 3,89%
- Indonésia 3,61%
- Hong Kong 2,83%
- Itália 2,44%
- Reino Unido 2,39%
- Filipinas 2,37%
- Índia 2,16%
- Polônia 2,04%
- Estados Unidos 1,75%
- Colômbia 1,74%
- Nova Zelândia 1,71%
Além do alto juro real, taxa Selic a 10,50% ao ano deixa o Brasil na 6ª posição em juros nominais
Considerando os juros nominais, ou seja, a taxa básica de juros, sem descontar a inflação, o Brasil permanece 6ª posição.
Os 15 primeiros da lista são:
- Turquia: 50,00%
- Argentina: 40,00%
- Rússia: 16,00%
- Colômbia: 11,75%
- México: 11,00%
- Brasil: 10,50%
- África do Sul: 8,25%
- Hungria: 7,25%
- Filipinas: 6,50%
- Índia: 6,50%
- Indonésia: 6,25%
- Chile: 6,00%
- Polônia: 5,75%
- Hong Kong: 5,75%
- Estados Unidos: 5,50%
Para mercado, Copom adotou tom mais duro
Agentes do mercado avaliam que o Copom adotou tom mais duro no comunicado divulgado com a decisão de ontem.
Agentes destacaram que, desde a última reunião do comitê, houve uma importante desvalorização do câmbio e nova piora das expectativas de inflação, que obrigaram o colegiado a ser mais hawkish, jargão do mercado para a postura mais agressiva com a condução dos juros.
O comunicado de ontem reforçou a perspectiva de que o colegiado pode voltar a subir a taxa Selic se julgar necessário. O Comitê afirmou que “segue vigilante” e que eventuais ajustes na taxa básica seguirão o “firme compromisso” da instituição em convergir a inflação à meta.
Redação ICL Economia
Com informações do g1