O Brasil passou os Estados Unidos na exportação mundial de milho. Em 2024, também deve desbancar os norte-americanos na produção de algodão. Atualmente, o Brasil já é líder mundial nas vendas de café verde, carne bovina in natura, celulose, soja em grão e açúcar , informa a reportagem publicada no jornal O Estado de S Paulo.
A liderança é decorrente de uma série de fatores. No mercado interno, o País tem batido recordes consecutivos na safra de grãos, resultado também do aumento da produtividade nacional. A tecnologia do plantio direto, a irrigação e o melhoramento genético dos cultivares já permitem que os agricultores brasileiros de forma geral consigam colher até três safras agrícolas por ano numa mesma área.
No exterior, a quebra de safra nos Estados Unidos e da Argentina por causa do clima e a guerra na Ucrânia também explicam os números. A redução da oferta dos principais produtores abriu a perspectiva de aumento das exportações para a grande safra brasileira.
De acordo com dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a área de plantio de arroz caiu 44% no período, enquanto a de feijão, 32%. Por outro lado, o espaço da produção de soja subiu 86% e o do milho, 66%. Essa inversão ocorreu principalmente porque os produtores conseguem exportar os dois grãos, cujo maior principal comprador é a China.
Posição do Brasil na exportação mundial de milho consta no ranking do último relatório do departamento de agricultura dos EUA, o USDA
O’ protagonismo brasileiro no ranking mundial do agronegócio foi estampado no último relatório do departamento de agricultura dos Estados Unidos (USDA), de 12 de setembro. Pelo documento, o País exportou 57 milhões de toneladas de milho ante 42,29 milhões de toneladas dos produtores americanos na safra 2022/2023, que vai de agosto a julho. Na safra atual, o USDA projeta exportações de milho de 55 milhões de toneladas para o Brasil e de 52,07 milhões para os Estados Unidos, segundo a reportagem publicada no jornal O Estado de S Paulo.
No algodão, a perspectiva é que as vendas externas no ano safra 2023/24 dos Estados Unidos somem 2,67 milhões de toneladas, apenas 100 mil toneladas acima dos volumes exportados pelo Brasil (2,57 milhões de toneladas). No mesmo período, a expectativa é que o Brasil produza 3 milhões de toneladas de algodão, à frente dos Estados Unidos (2,859 milhões ), informa a reportagem.
A notícia explica que, no caso do milho, na safra 2022/23, a produção total de grão atingiu quase 132 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Com a recuperação da produtividade nos Estados do Sul e do Mato Grosso, a safra foi 17% maior do que a do ano anterior, que já tinha sido recorde.
A notícia informa que, até 2050, o Brasil poderá produzir 400 milhões de toneladas de milho por ano, impulsionado pelo aumento de área e ganhos de produtividade.
No caso do algodão, as boas perspectivas para a produção e exportação brasileira são resultado de grandes transformações que ocorrem no setor. A partir dos anos 2000, os agricultores do Centro-Oeste começaram a plantar algodão como segunda safra, em rotação com o milho.
A produtividade do algodão brasileiro é hoje de 1.900 quilos por hectare, mais que o dobro da dos Estados Unidos (900 quilos por hectare).
Além dos ganhos de produtividade com o algodão, o setor tem investido em qualidade e na sustentabilidade da fibra, uma das exigências dos compradores internacionais. A commodity já está repetindo o efeito que a soja provocou no agronegócio brasileiro
Faz três anos, por exemplo, que a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) junto com a Anea iniciaram um programa chamado Cotton Brazil para promover o produto brasileiro no exterior. O programa tem um escritório em Cingapura e foram realizadas sete missões internacionais, que trouxeram representantes de 150 indústrias para conhecer como o algodão brasileiro é produzido, isto é, seguindo os critérios de sustentabilidade e qualidade.
Redação ICL Economia
Com informações do jornal O Estado de S Paulo