Brasil supera Estados Unidos na exportação mundial de milho

A expectativa é de que o Brasil, em 2024, também deve desbancar os norte-americanos na produção e, quem sabe, na exportação mundial de algodão. O Brasil já é líder mundial nas vendas de café verde, carne bovina in natura, celulose, soja em grão e açúcar
26 de setembro de 2023

O Brasil passou os Estados Unidos na exportação mundial de milho. Em 2024, também deve desbancar os norte-americanos na produção de algodão. Atualmente, o Brasil já é líder mundial nas vendas de café verde, carne bovina in natura, celulose, soja em grão e açúcar , informa a reportagem publicada no jornal O Estado de S Paulo

A liderança é decorrente de uma série de fatores. No mercado interno, o País tem batido recordes consecutivos na safra de grãos, resultado também do aumento da produtividade nacional. A tecnologia do plantio direto, a irrigação e o melhoramento genético dos cultivares já permitem que os agricultores brasileiros de forma geral consigam colher até três safras agrícolas por ano numa mesma área.

No exterior, a quebra de safra nos Estados Unidos e da Argentina por causa do clima e a guerra na Ucrânia também explicam os números. A redução da oferta dos principais produtores abriu a perspectiva de aumento das exportações para a grande safra brasileira.

De acordo com dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a área de plantio de arroz caiu 44% no período, enquanto a de feijão, 32%. Por outro lado, o espaço da produção de soja subiu 86% e o do milho, 66%. Essa inversão ocorreu principalmente porque os produtores conseguem exportar os dois grãos, cujo maior principal comprador é a China.

Posição do Brasil na exportação mundial de milho consta no ranking do último relatório do departamento de agricultura dos EUA, o USDA

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Foto: Divulgação/ Governo do Mato Grosso

O’ protagonismo brasileiro no ranking mundial do agronegócio foi estampado no último relatório do departamento de agricultura dos Estados Unidos (USDA), de 12 de setembro. Pelo documento, o País exportou 57 milhões de toneladas de milho ante 42,29 milhões de toneladas dos produtores americanos na safra 2022/2023, que vai de agosto a julho. Na safra atual, o USDA projeta exportações de milho de 55 milhões de toneladas para o Brasil e de 52,07 milhões para os Estados Unidos, segundo a reportagem publicada no jornal O Estado de S Paulo.

No algodão, a perspectiva é que as vendas externas no ano safra 2023/24 dos Estados Unidos somem 2,67 milhões de toneladas, apenas 100 mil toneladas acima dos volumes exportados pelo Brasil (2,57 milhões de toneladas). No mesmo período, a expectativa é que o Brasil produza 3 milhões de toneladas de algodão, à frente dos Estados Unidos (2,859 milhões ), informa a reportagem.

A notícia explica que, no caso do milho, na safra 2022/23, a produção total de grão atingiu quase 132 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Com a recuperação da produtividade nos Estados do Sul e do Mato Grosso, a safra foi 17% maior do que a do ano anterior, que já tinha sido recorde.

A notícia informa que, até 2050, o Brasil poderá produzir 400 milhões de toneladas de milho por ano, impulsionado pelo aumento de área e ganhos de produtividade. 

No caso do algodão, as boas perspectivas para a produção e exportação brasileira são resultado de grandes transformações que ocorrem no setor. A partir dos anos 2000, os agricultores do Centro-Oeste começaram a plantar algodão como segunda safra, em rotação com o milho. 

A produtividade do algodão brasileiro é hoje de 1.900 quilos por hectare, mais que o dobro da dos Estados Unidos (900 quilos por hectare).

Além dos ganhos de produtividade com o algodão, o setor tem investido em qualidade e na sustentabilidade da fibra, uma das exigências dos compradores internacionais. A commodity já está repetindo o efeito que a soja provocou no agronegócio brasileiro

Faz três anos, por exemplo, que a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) junto com a Anea iniciaram um programa chamado Cotton Brazil para promover o produto brasileiro no exterior. O programa tem um escritório em Cingapura e foram realizadas sete missões internacionais, que trouxeram representantes de 150 indústrias para conhecer como o algodão brasileiro é produzido, isto é, seguindo os critérios de sustentabilidade e qualidade.

Redação ICL Economia
Com informações do jornal O Estado de S Paulo 

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