O empréstimo consignado do Auxílio Brasil (atual Bolsa Família) será suspenso. A afirmação é da presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, empossada ontem (12). Na ocasião, ela ainda afirmou que o banco estatal não tem como arcar com os cursos de eventual inadimplência dessa modalidade de crédito. “O banco não tem como arcar com isso. Decidimos suspender essa modalidade envolvendo o Auxílio Brasil por dois motivos. O primeiro é que o governo está revendo o cadastro. Então, não seria de bom tom [manter]. O segundo é que os juros são muito elevados para essa parcela da população.”
O crédito consignado do Auxílio Brasil foi mais uma das tantas medidas eleitoreiras do ex-presidente Jair Bolsonaro para tentar se reeleger. A propósito, Bolsonaro fez uso eleitoral do banco público, que foi a instituição que mais concedeu essa modalidade de crédito – quatro em cada cinco reais teriam sido concedidos pela Caixa em apenas 22 dias, segundo reportagem publicada pelo portal UOL em dezembro passado.
Rita Serrano tomou posse na sede da Caixa Cultural, em Brasília, em evento que contou com as presenças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a primeira-dama, Janja, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Serrano diz que o governo prepara programa para endividados, mas não deixa claro se proposta incluíra devedores do consignado do Auxílio Brasil
Após a posse, ela concedeu entrevista a jornalistas, na qual disse que a Caixa e o Banco do Brasil devem ser o motor do novo programa de renegociação de dívidas, uma promessa do presidente Lula durante a campanha.
O programa ainda está sendo desenhado pela equipe econômica e pelos presidentes dos bancos públicos, e deve ser divulgado em fevereiro, embora o ministro da Fazenda tenha dito que a proposta só deve ser finalizada após seu retorno da viagem à Suíça, onde ele participa do Fórum Econômico Mundial, na próxima semana.
Ainda na entrevista, a presidente da Caixa disse que pretende renegociar com o TCU (Tribunal de Contas da União) mais prazo para devolução de R$ 20 bilhões em recursos transferidos pelo Tesouro para investimentos. “O TCU determinou a devolução em cinco anos. O conselho aprovou e eu votei para que esse pagamento fosse feito em sete ou oito anos”, disse.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias