Cenário é de preço alto do diesel neste segundo semestre, avalia Petrobras

Apesar das desculpas, dependência da importação é grande responsável pelo preço alto do diesel
1 de agosto de 2022

Durante a apresentação dos resultados da Petrobras do segundo trimestre deste ano para analistas de mercado, o diretor de Comercialização e Logística da estatal, Cláudio Mastella afirmou que o cenário é de preço alto do diesel.  Em outras palavras, haverá a “manutenção de preços elevados parecidos com os atuais”. A estatal registrou lucro líquido de R$ 54,3 bilhões no segundo trimestre deste ano.

Segundo Mastella, a estatal enxerga com cautela o cenário de diesel nos próximos meses devido ao aumento sazonal da demanda no segundo semestre, com o inverno no hemisfério norte, além da menor oferta com exportações russas e as paradas programadas de refinarias aqui no Brasil.

Mastella ainda mencionou o risco de eventuais indisponibilidades de refino nos Estados Unidos e no Caribe por conta da temporada de furacões no segundo semestre. Por isso, ele lembrou que a estatal está antecipando a formação de seus estoques. Foram antecipadas algumas compras para garantir o nível de atendimento.

Apesar das desculpas, dependência da importação é a grande responsável pelo preço alto do diesel 

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Crédito: Envato

Nos últimos dez dias, a estatal reduziu o preço da gasolina por duas vezes, mas manteve inalterado o valor do litro do diesel. A empresa vê forte demanda por diesel entre os meses de agosto e setembro.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) vem alertando que o Brasil corre o risco de desabastecimento de diesel no início do segundo semestre deste ano, em função da prevista escassez de oferta no mercado internacional e do baixo nível dos estoques mundiais. Segundo a FUP, a dependência pelo produto importado revela o equívoco da política do governo Bolsonaro, que não criou novas refinarias, reduziu investimentos no setor do refino e decidiu vender unidades da Petrobras, o que pode gerar o desabastecimento de diesel .

Segundo estimativa da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a demanda total de diesel para o segundo semestre é de 104,7 mil metros cúbicos por dia. Desse total, a importação mínima deve ser de 35% (37 mil metros cúbicos por dia) para poder atender ao consumo, já que a produção nacional será de 67,7 mil metros cúbicos por dia. Mês passado, a ANP, para evitar falta de diesel, ampliou para 9 dias prazo mínimo de estoque.

A principal preocupação com um possível desabastecimento de diesel está no transporte da safra de grãos das áreas produtoras para os portos do país, colocando em risco a safra de 2022/2023 de alimentos em geral, mas, principalmente, de soja e milho — dois produtos que são destaques na pauta exportadora nacional. Isso porque o transporte mais utilizado para escoar os produtos no país é o viário, por meio de caminhões, como o uso do diesel.

Durante a apresentação dos resultados da estatal, sem a participação do presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade, foi dado destaque ao recorde de produção e ações de eficiência energética. O diretor financeiro, Rodrigo Araujo, reforçou o comprometimento da companhia com os preços do mercado.

Também falou que o resultado sólido, com a entrada de caixa por conta da venda de ativos e o fluxo de caixa, permitiu distribuir dividendos recordes no segundo trimestre, seguindo a fórmula de cumprir 60% do fluxo de caixa livre.

Sobre o futuro dos pagamentos de dividendos, o compromisso é distribuir 60% do fluxo de caixa livre, de olho na sustentabilidade financeira da estatal, com entrada extraordinária que ocorreram e a capacidade de manter seus compromissos financeiros e de investimentos, explicou Araujo.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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