A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), prevista para o início de maio, pode ser afetada por conta do apagão de dados causado pela greve dos servidores do Banco Central. Economistas explicam que as decisões do Copom são embasadas em um conjunto de apresentações técnicas feitas pelos servidores do BC, que tratam da evolução e de perspectivas das economias brasileira e mundial, das condições de liquidez e do comportamento dos mercados.
Iniciada no dia 1º de abril, a greve dos servidores tem tido bastante adesão, com a entrega de 725 cargos comissionados, incluindo chefes adjuntos de departamentos, segundo informações divulgadas pelo Sindicato dos Funcionários do BC (Sinal). Os trabalhadores pedem um reajuste salarial de 26,6%. A insatisfação dos servidores começou a ser manifestada depois de o presidente Jair Bolsonaro reservar R$ 1,7 bilhão no Orçamento de 2022 para conceder aumentos apenas para as carreiras policiais, consideradas essenciais pelo chefe do executivo para a sua reeleição.
Amanhã o presidente do BC, Roberto Campos Neto, receberá representantes dos servidores da instituição financeira. Na quarta-feira (13), os trabalhadores farão uma nova assembleia geral para reavaliar a greve após as propostas feitas pela presidência do banco.
Desde que a greve teve início, a Secretaria de Gestão e Desempenho de Pessoal do Ministério da Economia realizou algumas reuniões com representantes dos sindicatos. Entretanto, a equipe econômica não fez qualquer proposta de reajuste ou reestruturação das carreiras.
Outras categorias
Além dos funcionários do BC, outras oito categorias atuam na chamada operação-padrão: servidores do Tesouro, da Receita, da Secretaria do Orçamento Federal, da Controladoria-Geral da União (CGU), da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), da Superintendência de Seguros Privados (Susep), os analistas de comércio exterior e os auditores fiscais agropecuários.
Redação ICL Economia
Com informações das agências