O Brasil registrou um déficit de US$ 3,4 bilhões nas contas externas em maio. No mesmo mês de 2023, o indicador apresentou superávit de US$ 1,1 bilhão. Já no acumulado do ano (janeiro a maio), as contas externas acumulam um déficit de US$ 21,09 bilhões, em comparação com US$ 11,77 bilhões no mesmo período do ano passado. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (24/6) pelo Banco Central.
Esse foi o maior rombo para os cinco primeiros meses de um ano desde 2019 (-US$ 23 bilhões), ou seja, em cinco anos.
O montante equivale a todas as transações econômico-financeiras realizadas pelo país com as demais nações. O número inclui todo o comércio de mercadorias, serviços e as transferências unilaterais com o exterior.
O déficit em transações correntes nos doze meses encerrados em maio de 2024 somou US$ 40,1 bilhões (1,79% do PIB), ante US$ 35,7 bilhões (1,60% do PIB) no mês anterior e US$ 45,3 bilhões (2,24% do PIB) em maio de 2023.
A queda no saldo negativo das contas externas, na parcial de 2024, está relacionada principalmente com uma piora na conta de serviços, cujo saldo negativo passou de US$ 13,99 bilhões, de janeiro a maio de 2023, para US$ 19,16 bilhões no mesmo período deste ano. A conta de serviços registra receitas e despesas com transportes, seguros, serviços financeiros e viagens internacionais, entre outros.
Outro fator que pesou para o resultado é atribuído também a uma balança comercial menos favorável no período. De janeiro a maio, o superávit da balança somou US$ 24,93 bilhões, ante um saldo positivo de US$ 29,13 bilhões no mesmo período do ano anterior.
No mês de maio, o superávit da balança comercial de bens atingiu US$ 6,4 bilhões, ante US$ 9,3 bilhões em maio de 2023.
As exportações de bens totalizaram US$ 30,7 bilhões e as importações, US$ 24,3 bilhões, correspondendo a, respectivamente, uma redução de 6,9% no primeiro caso e aumento de 3,1% na comparação interanual.
O déficit na conta de serviços, por sua vez, totalizou US$ 4,5 bilhões em maio de 2024, ante US$ 3,2 bilhões em maio de 2023, crescimento de 38,9%.
Contas externas: investimento estrangeiro direto tem a maior entrada de recursos para os primeiros cinco meses do ano desde 2022
Os investimentos estrangeiros diretos subiram 6,2% no acumulado do ano, para US$ 30,23 bilhões. No mesmo período de 2023, foram US$ 28,46 bilhões. Essa foi a maior entrada de recursos para o período para o período desde 2022 (US$ 34,74 bilhões).
Somente em maio, ainda de acordo com a instituição, os estrangeiros aportaram US$ 3,02 bilhões em investimentos diretos no país, contra um ingresso de US$ 4,36 bilhões no mesmo mês de 2023.
No ano passado, os investimentos estrangeiros diretos no país somaram US$ 62 bilhões. Para o ano de 2024 fechado, o Banco Central estimou, em março deste ano, um valor de US$ 70 bilhões.
Já os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 5,77 bilhões de janeiro a maio deste ano, com alta de 2% frente ao mesmo período do ano anterior (US$ 5,66 bilhões). Esses são influenciados pelo nível de atividade econômica, pelo nível do emprego e renda, e, também, o preço do dólar (usado nas transações internacionais).
Esse é também o maior valor de despesas no exterior para os cinco primeiros meses de um ano, desde 2019, ou seja, antes da pandemia da Covid-19, quando somou US$ 7,28 bilhões.
Somente em maio, as despesas de brasileiros lá fora somaram US$ 1,23 bilhão, com pequena alta frente ao mesmo mês de 2023 (US$ 1,2 bilhão).
Reservas cresceram
As reservas internacionais somaram US$ 355,6 bilhões em maio de 2024, aumento de US$ 4 bilhões em relação ao mês anterior. Esse aumento decorreu, principalmente, de contribuições positivas de variações por preços, US$ 1,9 bilhão, e por paridades, US$ 804 milhões. As receitas de juros somaram US$ 727 milhões no mês.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias