Custo social é elevado para que governo atinja metas fiscais, dizem analistas

Déficit nominal do país atinge 2% em relação ao PIB
20 de abril de 2022

Em seu Boletim Trimestral de Estatísticas Fiscais do Governo Federal, o Ministério da Fazenda divulgou os dados consolidados das contas públicas de 2021 e mostrou que foi alcançado um déficit primário de 2% de sua receita fiscal. De forma geral, as receitas do governo atingiram 42% do PIB e as despesas 44%.

O resultado consolidado do governo ficou em R$ 3,647 trilhões em receitas e R$ 3,823 trilhões em despesas, resultando em um déficit nominal de R$ 175 bilhões, e decorre de uma elevação considerável de 26% nas receitas em comparação ao ano anterior, enquanto as despesas aumentaram somente 0,89%.

Apesar de estar dentro da meta estipulada no começo do ano de 2021, os resultados foram superiores aos registrados em 2020, ano fortemente afetado pela pandemia em que houve uma maior necessidade de gastos e redução considerável das receitas.

Os economistas, André Campedelli e Deborah Magagna, do Boletim Economia para Todos Investidor Mestre, explicam que “o governo federal conseguiu bater suas metas fiscais, mas a um custo social extremamente elevado”. Eles explicam que é importante lembrar que esta retração ocorreu em um momento em que a pandemia ainda não havia sido encerrada, ou seja, “foi decorrente da retirada de proteções sociais criadas no auge da pandemia, o que acabou deixando milhares de pessoas com dificuldade de sobrevivência neste período de turbulência”.

Em relação às despesas, no governo central os principais fatores foram as despesas com juros, de R$ 590 bilhões, as transferências, de R$ 595 bilhões, e as despesas com benefícios previdenciários, de R$ 1,197 trilhões.

Na esfera estadual, os volumes de receitas e despesas foram de R$ 1,158 e R$ 1,055 bilhões respectivamente, o que resultou em um superávit nominal de R$ 102 bilhões. Já no âmbito municipal, a receita total foi de R$ 862 bilhões e as despesas foram de R$ 760 bilhões, o que gerou um superávit nominal de R$ 101 bilhões.

Redação Economia ICL

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