Com falta de dados do governo Bolsonaro, grupo de trabalho da saúde fala em deserto de informações na área

Diante da falta de dados, grupo de transição mostra-se preocupado com as doses de vacina de Covid-19 que podem ser perdidas nos próximos meses devido à falta de planejamento
28 de novembro de 2022

Para a garantia do mínimo de funcionamento dos serviços públicos na saúde, o grupo técnico de na área de transição do Governo eleito Luiz Inácio Lula da Silva estima a necessidade de R$ 22,7 bilhões no orçamento da saúde. O grupo da área está preocupado com a falta de dados em relação à vacinação na pandemia, que não acabou, e informa que não há informações que apontem o tamanho do déficit na área da saúde. Fala-se em um deserto de informações no Ministério da Saúde. A equipe de transição solicitou  documentos à pasta, mas ainda não recebeu.

O grupo de trabalho, liderado por Arthur Chioro, Humberto Costa  e José Gomes Temporão, acompanhado de Aloizio Mercadante, informou, na sexta-feira (25), que é obrigação do Estado brasileiro prover tratamentos e não interrompê-los. E, ainda, ter responsabilidade pública com a saúde das pessoas. O grupo pediu, mais uma vez, sensibilidade dos parlamentares para aprovarem essa fatia do orçamento na PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Transição.

Na sexta, os ex-ministros deram um panorama das reuniões com Marcelo Queiroga e o alto escalão da Saúde, além de pontos levantados pelo TCU (Tribunal de Contas da União). A equipe apontou preocupação especial com a falta de dados na pasta, como, por exemplo, da validade do estoque de vacinas. De acordo com relatos, apenas órgãos de controle têm essa informação. 

O governo Jair Bolsonaro (PL) enviou a proposta de Orçamento para 2023 com uma previsão de corte de 42% nas verbas discricionárias do Ministério da Saúde, usadas na compra de materiais, equipamentos e para investimentos.

Diante da falta de dados do governo Bolsonaro, milhões de doses da vacina contra a Covid podem perder a validade 

falta de dados, área da saúde, Ministério da Saúde, Farmácia Popular, remédio, medicamentos

Crédito: Envato

O grupo de trabalho na saúde não teve acesso à informação do tamanho do estoque de medicamentos, até quando dura, e qual prazo de validade. Os dados contidos no sistema de informação não correspondem à realidade. Os municípios não conseguem informar aquilo que é feito, as doses que são aplicadas. É uma desorganização total.

Na falta de planejamento, o grupo citou como exemplo o fato de o Instituto Butantan, que fornece a grande maioria de imunizantes do país, não ter ainda um calendário de doses que a Saúde vai solicitar para o próximo ano.

O grupo de transição mostrou preocupação com as doses de vacina de Covid-19 que podem ser perdidas nos próximos meses devido à falta de planejamento. Reforçou a importância da imunização e mostrou que a vacinação está aquém do desejado, inclusive para crianças.

A equipe de transição não informou o valor do potencial prejuízo e a quantidade de vacinas que estão para vencer. Há a informação, mas que precisa ser comprovada, de que milhões de doses da vacina para Covid estão com prazo de validade para vencer agora no final do ano e principalmente nas primeiras semanas de janeiro, de fevereiro de 2023.

Outra área problemática diagnosticada pela equipe de trabalho foi a dificuldade no mapeamento das filas dos brasileiros em busca de atendimento no SUS (Sistema Único de Saúde).

O Grupo de Saúde se esforça para encontrar informações que possam indicar o tamanho do problema, qual seria a dimensão desse déficit e qual as suas características em cada uma das regiões de saúde do país.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

Continue lendo

Assine nossa newsletter
Receba gratuitamente os principais destaques e indicadores da economia e do mercado financeiro.