Fazenda eleva a 2,5% projeção de alta do PIB em 2024

Ao mesmo tempo, a secretaria identificou uma maior pressão inflacionária para este ano.
16 de maio de 2024

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda revisou para cima sua estimativa de crescimento econômico do Brasil em 2024, elevando a projeção de alta de 2,2% para 2,5%. Ao mesmo tempo, a secretaria identificou uma maior pressão inflacionária para este ano, conforme divulgado em um boletim nesta quinta-feira (16).

Além disso, a SPE manteve sua previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025 em 2,8%, conforme apresentado em seu boletim macrofiscal anterior, divulgado em março.

Segundo a secretaria, a nova estimativa de crescimento para este ano não leva em conta os impactos da calamidade causada pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul.

“A magnitude do impacto depende da ocorrência de novos eventos climáticos, de transbordamentos desses impactos para estados próximos e do efeito de programas de auxílio fiscal e de crédito nas cidades atingidas pelas chuvas”, disse a SPE no documento.

A secretaria avaliou que o PIB do Rio Grande do Sul, que representa cerca de 6,5% do PIB brasileiro, deverá sofrer perdas principalmente no segundo trimestre, com recuperação parcial nos trimestres subsequentes.

Segundo a SPE, as atividades relacionadas à agropecuária e à indústria de transformação serão as mais impactadas a nível nacional, pois têm maior peso no PIB do Rio Grande do Sul em comparação com a média do PIB brasileiro.

As projeções da SPE para o PIB do país são mais otimistas que as do mercado, que prevê um crescimento de 2,09% neste ano e de 2,00% em 2025, de acordo com o boletim Focus do Banco Central. Em 2023, o PIB brasileiro cresceu 2,9%, impulsionado por uma safra recorde de grãos e pelo forte desempenho das indústrias extrativas, especialmente de petróleo e minério de ferro.

A SPE afirmou que a melhora na previsão de crescimento econômico reflete o “crescimento robusto” das vendas no varejo e dos serviços, o aumento na geração de empregos, a expansão das concessões de crédito e uma maior contribuição do setor externo devido à depreciação cambial.

“Os sinais de recuperação do investimento, baseados na expansão de indicadores de atividade na construção civil e no crescimento das importações de bens de capitais, também auxiliaram nesse sentido”, apontou.

A secretaria revisou para baixo as projeções para 2024 nos setores de agropecuária, de -1,3% para -1,4%, e na indústria, de +2,5% para +2,4%. Contudo, essas reduções foram mais do que compensadas por um aumento na estimativa de desempenho do setor de serviços, que passou de +2,4% para +2,7%.

A atualização oficial dos dados pela SPE serve de base para que o governo revise suas estimativas de receitas e despesas, bem como projete o cumprimento das regras fiscais do ano, considerando que o desempenho econômico influencia a arrecadação de impostos. Essa avaliação é realizada a cada dois meses.

Boletim também traz projeção de alta da inflação

A SPE ajustou sua previsão de inflação, prevendo agora uma alta de 3,70% do IPCA para este ano, acima dos 3,50% previstos anteriormente. Para o próximo ano, a projeção de alta dos preços foi revisada para 3,20%, comparada aos 3,10% estimados em março.

A meta de inflação estipulada pelo governo é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

A SPE informou que suas projeções incorporaram os impactos da catástrofe no Rio Grande do Sul.

“O aumento nas estimativas para a inflação captura tanto os efeitos da depreciação cambial recente nos preços livres como os impactos das fortes chuvas no Rio Grande do Sul na oferta e nos preços de produtos in natura, arroz, carnes e aves”, disse.

Segundo a secretaria, os preços desses alimentos devem subir de forma mais acentuada nos próximos dois meses, mas uma parte significativa desse aumento deve ser revertida nos meses subsequentes, à medida que a oferta se normalize.

Redação ICL Economia

Com informações das agências de notícias

 

 

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