Equipe econômica projeta crescimento de 2,2% para o PIB de 2024. Haddad afirma que, em 2023, o PIB veio acima do esperado

Projeção se baseia na perspectiva de "crescimento mais homogêneo entre atividades cíclicas – impulsionadas pelo patamar menos contracionista dos juros [juros menores do que em 2023] – e não cíclicas", disse a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda.
1 de março de 2024

Após a economia brasileira ter registrado crescimento de 2,9% em 2023, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda informou, nesta sexta-feira (1º/3), estimar que o PIB de 2024 cresça 2,2%.  Isso significa que haverá desaceleração econômica, o que já é esperado pelo mercado.

No ano passado, a economia brasileira cresceu ancorada no resultado positivo surpreendente do setor agropecuário, o que não deve se repetir neste ano, muito em função da conjuntura econômica mundial e dos impactos ambientais sobre o agro.

Em nota, a pasta informou que a projeção de crescimento para este ano se baseia em um “crescimento mais homogêneo entre atividades cíclicas – impulsionadas pelo patamar menos contracionista dos juros [juros menores do que em 2023] – e não cíclicas”.

O crescimento econômico de 2023 foi muito próximo daquele alcançado em 2022 (+3%).

A projeção da equipe econômica ainda está acima do projetado pelo mercado financeiro, conforme o último Boletim Focus do Banco Central, divulgado na última terça-feira (27).

Para o mercado financeiro, a economia brasileira vai crescer 1,75% este ano e 2% no ano que vem.

PIB de 2024: projeção da SPE se baseia em retomada da indústria, avanço do crédito e resiliência do mercado de trabalho

A projeção de crescimento do PIB deste ano feita para SPE se baseia nos seguintes fatores:

  • Menor contribuição do setor agropecuário comparativamente a 2023;
  • Recuperação da atividade na Indústria – guiada pela retomada dos investimentos produtivos e continuidade da expansão da produção extrativa mineral;
  • Estabilidade no ritmo de expansão dos Serviços, com a menor contribuição de benefícios fiscais sendo compensada pelo avanço do crédito e resiliência do mercado de trabalho.

Pelo lado da demanda, ainda segundo a Secretaria de Política Econômica, a perspectiva deve se refletir em “aumento da contribuição da absorção doméstica para o crescimento, com destaque para a retomada dos investimentos”.

O governo vem adotando uma série de medidas para impulsionar o crédito e fomentar os investimentos.

Para fomentar a indústria, foi anunciado o programa Nova Indústria Brasil. Esse plano, ao lado do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o Plano de Transição Ecológica (PTE), tem o objetivo de impulsionar o setor produtivo doméstico, promover avanços tecnológicos e inovações, além da transição energética e descarbonização.

Além disso, embora a política monetária continue contracionista este ano, o Banco Central deve continuar reduzindo a taxa básica de juros (Selic), atualmente em 11,25%, o que deve tornar mais barato a tomada de crédito.

Segundo o Boletim Focus, para o fechamento de 2024 o mercado financeiro projeta que a taxa Selic encerre o ano em 9%, enquanto que, para 2025, os agentes mantiveram a projeção estável em 8,5% ao ano.

Se as projeções se confirmarem, a Selic continuará em patamar elevado, mas em percentual menor que os níveis mantidos ao longo de 2023.

Haddad afirma que “PIB veio acima do que esperávamos”

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, celebrou nesta sexta-feira (1º) o resultado do PIB do Brasil. “O PIB veio bem acima do que esperávamos. Esperávamos superior a 2% no começo do ano passado e quase chegamos a 3% de crescimento”, disse ele a jornalistas, em São Paulo. “Fechar em 2,9% é bastante positivo para o Brasil”, acrescentou.

A expansão do PIB no ano foi puxada por uma alta recorde de 15,1% do setor agropecuário, o maior avanço desde o início da série histórica da pesquisa, em 1995. Também acusaram aumentos os setores da indústria (1,6%) e de serviços (2,4%).

“No ano passado, não foi o investimento que puxou o crescimento. Foi o setor agrícola, o consumo das famílias, o consumo do governo e as exportações. Mas o investimento foi a variável que menos acompanhou essa evolução. E agora nós queremos criar um ambiente necessário para que o empresário invista, porque é esse investimento que melhora as condições da economia”, argumentou o ministro.

Segundo Haddad, a expectativa do governo é que, em 2024, o crescimento fique em 2,2%. “Estamos sendo comedidos nas nossas projeções”, observou. “Se a inflação continuar comportada, a política monetária for se ajustando e, com mais o esforço que [o Ministério] da Fazenda tem feito com o Congresso, eu acredito que – a partir do segundo ou terceiro trimestre deste ano – as coisas comecem a melhorar bem. E de maneira estrutural”, especificou.

Na entrevista, o ministro disse ainda que o governo projeta que a indústria também possa crescer este ano. “Projetamos uma melhora da indústria para este ano. Há sinais consistentes de que haverá melhora e penso que também puxado pelo investimento. Acredito que vamos ter um bom ano para indústria. E acredito muito na construção civil, que tem tudo para deslanchar este ano”, afirmou.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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