O Federal Reserve (FED), banco central americano, anunciou nesta quarta-feira (4) elevação de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros dos Estados Unidos para um novo intervalo entre 0,75% e 1%, apertando o passo de sua política monetária, conforme comunicado após reunião do Federal Open Market Committee (Fomc). É o maior aumento desde o ano 2000, com decisão unânime. O FED também decidiu começar a encolher seu enorme balanço patrimonial na campanha de aperto monetário mais agressiva em décadas.
O movimento ocorre em meio a uma tentativa da autoridade monetária de conter a forte inflação, que atinge os maiores patamares em 40 anos.
Segundo comunicado divulgado, com “o adequado fortalecimento da política monetária, espera que a inflação volte ao seu objetivo de 2% e o mercado de trabalho continue forte”.
Os integrantes do comitê de política monetária destacaram que, “embora a atividade econômica geral tenha diminuído no primeiro trimestre, os gastos das famílias e o investimento fixo das empresas permaneceram fortes”. Além disso, é mencionado que “os ganhos de emprego foram robustos nos últimos meses e a taxa de desemprego diminuiu substancialmente”.
De acordo com o comitê, a inflação “permanece elevada, refletindo desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia”, com preços mais altos de energia causando pressões mais amplas sobre os preços e alta dos juros pelo Fed, uma vez que há temores que um aperto monetário muito forte possa desencadear uma desaceleração econômica no país.
Os membros do Federal Reserve também apontaram que “a invasão da Ucrânia pela Rússia está causando enormes dificuldades humanas e econômicas” e que “as implicações para a economia dos EUA são altamente incertas”.
O Fed lembra ainda que os bloqueios relacionados à pandemia implementados na China “provavelmente exacerbarão as interrupções na cadeia de suprimentos. O Comitê está altamente atento aos riscos inflacionários”, relacionados ao tema, apontou.
Programa de redução do balanço de ativos
O banco central americano passou novas informações sobre o programa de redução do balanço de ativos da autoridade monetária. O programa começará em 1 de junho.
Para títulos do Tesouro, o limite será inicialmente fixado em US$ 30 bilhões por mês e, após três meses, aumentará para US$ 60 bilhões por mês. Para dívida de agências e títulos lastreados em hipotecas de agências, o limite será inicialmente fixado em US$ 17,5 bilhões por mês e, após três meses, aumentará para US$ 35 bilhões por mês.
Assim, o comunicado destaca que o balanço do Fed, que saltou para cerca de US$ 9 trilhões conforme o banco central comprava títulos agressivamente para acalmar o pânico nos mercados financeiros e manter os custos dos empréstimos baixos à medida que a pandemia se espalhava, poderá cair em US$ 47,5 bilhões por mês em junho, julho e agosto, e a redução avançará para até US$ 95 bilhões por mês em setembro.
As autoridades do Fed não divulgaram novas projeções econômicas após a reunião desta semana, mas os dados desde o último encontro, em março, deram poucos sinais de que a inflação, o crescimento salarial ou um ritmo rápido de contratações começaram a desacelerar.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias