Fed eleva taxa de juros nos EUA em 0,75 ponto percentual

Comunicado do FED explica que novos ajustes na taxa de juros serão necessários para trazer os índices de inflação para a meta de 2% ao ano
21 de setembro de 2022

O Federal Reserve (FED) anunciou a sua decisão de política monetária nesta quarta-feira (21) com a elevação da taxa de juros em 0,75 ponto percentual, para uma faixa de 3% a 3,25%, em linha com a média das previsões do mercado. Este foi o terceiro aumento dessa magnitude e a quinta alta seguida da taxa este ano. No comunicado, a autoridade monetária antecipou que novos ajustes na taxa de juros devem acontecer. 

“Indicadores recentes apontam para um crescimento modesto nos gastos e na produção. Ganhos no mercado de trabalho têm sido robustos nos últimos meses e a taxa de desemprego permaneceu baixa. A inflação continua elevada, refletindo os desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia, preços mais altos de alimentos e energia e pressões de preços mais amplas”, diz o comunicado do Fed.

A autoridade monetária também citou fatores externos. “A guerra da Rússia contra a Ucrânia está causando enormes prejuízos humanos e dificuldades econômicas. A guerra e eventos relacionados a ela estão criando uma pressão ascendente adicional sobre a inflação e estão pesando sobre a atividade econômica global. O Comitê está bastante atento aos riscos inflacionários”, diz o texto.

A média das projeções dos dirigentes do Fed apontam para taxa de juros em 4,4% ao final de 2022. Para o final de 2023, a projeção média é de juros em 4,6%. Para o final de 2024, a projeção é de 3,9% e de 2,9% ao final de 2025.

A mediana das projeções para o Produto Interno Bruto também caiu drasticamente. Em junho, os dirigentes do Fed projetavam crescimento de 1,7% para a economia americana em 2022. Agora, preveem um leve avanço, de 0,2%. Para 2023, a projeção caiu de 1,7% para 1,2% e em 2024 foi de 1,9% para 1,7%.

As projeções também apontam para a continuidade da taxa de desemprego em níveis baixos este ano, indo de 3,7% para 3,8%. Em 2023, a expectativa para a taxa subiu de 3,9% para 4,4%. Para 2024, a mediana das projeções para taxa de desemprego foi de 4,1% para 4,4%.

A volta da inflação para o centro da meta parece mais distante. A mediana das projeções para o índice IPC ao final de 2022 passou de 5,2% para 5,4%. Em 2023, foi de 2,6% para 2,8%. E para 2024, de 2,2% para 2,3%.

Aumento da taxa de juros nos EUA tem impacto global

Além de subir os juros para enfrentar a inflação, os EUA vêm se preparando para uma recessão econômica cada vez mais provável, possivelmente a partir de meados de 2023. Na avaliação de economistas, diante da contração da maior economia do mundo, os Estados Unidos,  países emergentes como o Brasil devem se preparar para um cenário hostil a partir do ano que vem – justamente quando um novo mandato presidencial terá início, em 1º de janeiro.

A alta da taxa de juros nos EUA  causa impacto global, inclusive para a economia no Brasil. Por aqui, os ativos brasileiros se tornam menos atrativos aos investidores estrangeiros. E, assim, menos capital disponível. O maior volume de investimento nos EUA leva à valorização do dólar em relação a outras moedas, especialmente àquelas dos países emergentes, como o Real no Brasil.

Diante da alta da taxa de juro nos Estados Unidos, o economista e fundador do portal ICL, Eduardo Moreira, explica que “o Brasil passa a ser menos interessante para os especuladores, os chamados rentistas,  que vivem só de renda. O impacto é na moeda do país. Este é o principal motivo para fazer o dólar subir”, diz Moreira.



Redação ICL Economia
Com informações da Infomoney

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