Depois da ONU (Organização das Nações Unidas) e do Banco Mundial, foi a vez de o FMI (Fundo Monetário Internacional) divulgar seus prognósticos sobre a economia global. De acordo com o fundo, o crescimento econômico global permanecerá “resiliente” este ano, após um 2023 mais forte do que o esperado.
O organismo internacional ressalvou, no entanto, que é necessário trabalhar para impulsionar as taxas de crescimento global acima de uma faixa anêmica de 3% no médio prazo.
A porta-voz do FMI, Julie Kozack, disse, em uma coletiva de imprensa ontem (11), que a economia global parece estar caminhando para um “pouso suave”, com a inflação diminuindo e os mercados de trabalho resistentes, mas os países de baixa renda ainda podem ficar para trás. Espera-se que o FMI divulgue uma atualização de suas previsões econômicas no final deste mês.
Antes do FMI, Banco Mundial divulgou perspectiva mais sombria para a economia global
O Banco Mundial divulgou na terça-feira uma perspectiva sombria para 2024, prevendo que o crescimento do PIB global desaceleraria pelo terceiro ano consecutivo para 2,4%, o que colocaria em risco as metas de redução da pobreza.
Kozack disse que as terríveis previsões de recessões em muitas regiões, predominantes há um ano, não se concretizaram em 2023.
“Portanto, tivemos uma economia global relativamente resiliente até agora. Esperamos que essa resiliência continue em 2024”, disse Kozack, observando que a inflação está caindo.
Mas as notícias “não são de todo boas”, porque o crescimento recente e de curto prazo de cerca de 3% é menor do que as taxas de crescimento globais médias anteriores, pré-pandemia de Covid-19, de cerca de 3,8%.
“Portanto, temos trabalho a fazer para elevar o crescimento global, especialmente no médio prazo”, disse Kozack, acrescentando que a situação apontava para a necessidade de políticas e reformas sólidas que pudessem aumentar a produtividade.
Perguntado se a resiliência econômica em 2024 se estenderia para além dos Estados Unidos, Kozack disse que há uma divergência de perspectiva entre países e regiões, com o risco de os países de baixa renda ficarem ainda mais para trás.
“Eles estão tendo mais dificuldade para se recuperar de uma série de choques, incluindo a pandemia, os choques nos preços dos alimentos e do petróleo”, disse ela, acrescentando que o trabalho do FMI em 2024 terá um forte foco em ajudar os países membros mais vulneráveis.
Do Brasil 247. Fonte: Reuters