O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está levando em consideração a mudança de hábito da população na estação mais quente do ano para definir se volta ou não com o horário de verão. A informação foi dada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em entrevista à Globonews na sexta-feira passada (17).
Adotado no Brasil por 34 anos consecutivos com o propósito de economizar energia, o horário de verão – que adianta os relógios em uma hora – foi abandonado pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro em 2019.
“Eu vejo a discussão sem nenhum tabu. Eu defendo isso no governo, o horário de verão deve ser desatrelado da questão exclusivamente energética. O horário de verão tem outras repercussões”, afirmou Silveira.
No início deste ano, a área técnica do governo Lula também avaliou a não necessidade de retomar a prática por não ter impacto significativo na geração e no consumo de energia.
Mesmo com esse entendimento, porém, há vários setores têm feito pedidos ao governo federal para estudar o tema, por entenderem que adiantar os relógios em uma hora traz uma série de outros benefícios.
Além de setores do governo, entidades ligadas ao comércio e serviços defendem a volta do horário de verão.
No fim do ano passado, o presidente Lula fez uma enquete informal em seu perfil oficial na rede social X (antigo Twitter), a qual mostrou que 66% dos votantes eram favoráveis ao retorno do horário de verão mesmo sem economia na energia elétrica, enquanto 34% votaram contra.
Em setembro, Associação de Bares e Restaurantes pediu retomada do horário de verão a Lula
Em setembro, a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) enviou uma carta ao presidente Lula pedindo a retomada do horário de verão e apontando impacto direto no faturamento dos bares e restaurantes, com alta estimada de 10% a 15%.
Como durante a vigência do horário de verão há uma extensão do dia, isso estimula clientes a permanecer na rua por mais tempo nos locais e consumir mais.
“Há um impulso econômico em alguns setores. Então, eu tenho defendido junto ao MDIC [Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio], à Economia, que a gente possa olhar o horário de verão de uma forma mais holística, mais ampla. É importante para o Brasil, mesmo que nós tenhamos um momento de segurança energética como hoje, quando ela [a mudança nos relógios] impactar positivamente a economia”, afirmou o ministro de Minas e Energia.
“Tenho feito reiteradas reuniões a fim de que, mesmo não tendo necessidade energética, se avalie no governo a possibilidade de estimular a economia com a possibilidade do horário de verão”, complementou.
Redação ICL Economia
Com informações do G1