A ampliação do número de integrantes do grupo dos Brics é avaliada como um movimento de grande transformação, até mesmo disruptivo, no cenário mundial pelo fato de o novo grupo incluir países que, juntos, respondem por 40% da população global, 50% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e 90% da produção de petróleo do mundo, explicaram os economistas do ICL Débora Magagna e André Campedelli, além do colunista André Roncaglia, durante a apresentação do videocast ICL Mercado e Investimentos.
Na quinta-feira (24), a Cúpula do Brics, grupo composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, decidiu convidar formalmente Arábia Saudita, Argentina, Emirados Árabes Unidos, Egito, Irã e Etiópia para se tornarem novos membros a partir de 1º de janeiro de 2024. Trata-se de um movimento histórico, de tamanho impacto comparado, de modo figurado, “a quase uma mudança de placa tectônica no cenário mundial”, afirmou Roncaglia.
Novo Brics é o início de uma transformação profunda política e econômica
O presidente Lula já vinha falando da intenção de oferecer para Argentina uma alternativa para que ela não precise depender do dólar para conseguir estabilizar sua moeda e economia. “O dólar não é só uma moeda. É uma infraestrutura financeira. Fazer essa mudança por meio do Brics é um desafio grande. Acho que a gente está no início de uma transformação profunda política e econômica”, diz Roncaglia.
Dentre os integrantes do Brics, a China ocupa a 2ª posição no PIB mundial, a índia é a 5ª colocada. O Brasil fica na 10ª posição e a Rússia na 11ª colocação no ranking dos maiores PIBs.
Na avaliação de Campedelli, o novo Brics institucionaliza países invisíveis ao sistema financeiro Internacional. “É um movimento que o presidente Lula vem fazendo de criar instituições que olhem para os países em desenvolvimento”, explica. “Sem dúvida, é um bloco que abrirá novos campos de investimento”, completa.
A economista do ICL, Débora Magagna, ressalta que não vai ser algo tão trivial articular todos os interesses dentre do novo grupo, já que o Brasil tem um projeto de transição ecológica, de transição energética e, ao mesmo tempo, o conjunto de países do novo Brics concentra 90% da produção de petróleo mundial.
Redação ICL Economia
Com informações do videocast ICL Mercado e Investimentos