Índices futuros em baixa e bolsas mundiais mistas com investidores à espera da fala de Jerome Powell

No Brasil, as atenções estão voltadas para a possível votação do texto da reforma tributária, nesta quarta-feira (8), no plenário do Senado.
8 de novembro de 2023

Revertendo o fechamento da véspera, os índices futuros dos Estados Unidos começam, esta quarta-feira (8), operando no campo negativo, enquanto as bolsas mundiais operam mistas. Os investidores aguardam, para hoje, o discurso do presidente do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA), Jerome Powell, que dará sinais dos próximos passos da política monetária norte-americana.

Falas recentes de membros do Fed embaralharam as certezas de que o ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos estaria próximo do fim, após dados fracos de emprego da semana passada. Algumas dessas falas apontavam que a inflação ainda inspira cuidados.

Na Europa, os mercados operam majoritariamente no vermelho, dando continuidade a dinâmica negativa observada desde o início da semana. Por lá, os investidores repercutem os dados das vendas do varejo e, também, dados corporativos.

Na Ásia, as bolsas fecharam com baixa em sua maioria, com o índice de referência da Coreia do Sul anulando mais de metade dos ganhos obtidos no início desta semana.

No Brasil, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado aprovou o relatório da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 45/19, da reforma tributária, que está prevista para ser votada, nesta quarta-feira, em plenário.

No campo dos indicadores por aqui, estão previstas para hoje as divulgações dos dados de vendas no varejo de setembro, com consenso LSEG prevendo estabilidade na comparação com agosto e alta anual de 2,5%.

Brasil

O Ibovespa terminou o pregão de terça-feira (7) com alta de 0,71%, aos 119.268 pontos, no quinto aumento consecutivo do mês.

O principal indicador da Bolsa brasileira foi puxado pelo avanço das pautas econômicas no Congresso e pela divulgação da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária).

O documento, combinado com declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Netos, reforçaram as expectativas de continuidade do ciclo de cortes de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), mas também indica preocupações com o debate em torno da meta fiscal do governo.

Em evento, o presidente do BC afirmou que “o diferencial de juros do Brasil com os Estados Unidos ainda é alto e não limita muito o nosso espaço [de cortes na Selic]”.

O dólar fechou a R$ 4,8750, com queda de 0,26%, no mercado à vista.

Europa

Em sua maioria, as bolsas da Europa operam no campo negativo, com os investidores repercutindo balanços corporativos e dados econômicos da zona do euro.

As vendas no varejo da zona euro para setembro atingiram queda de 0,3% na comparação ante agosto e de 2,9% na base anual. O consenso LSEG apontava para um recuo de 0,2% na base mensal e de 3,1% na comparação anual.

FTSE 100 (Reino Unido), +0,16%
DAX (Alemanha), -0,18%
CAC 40 (França), +0,02%
FTSE MIB (Itália), -0,11%
STOXX 600, -0,05%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam com leve baixa nesta manhã de quarta-feira, após o S&P 500 e Nasdaq alcançarem suas mais longas sequências de ganhos em cerca de dois anos. Para hoje, os investidores aguardam o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, em busca de mais informações sobre a política monetária americana.

No campo corporativo, saem os balanços da Resorts MGM, WaltDisney e Take-Two após o fechamento dos mercados nesta quarta-feira.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,02%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,05%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,07%

Ásia-Pacífico

As bolsas da Ásia fecharam com baixa em sua maioria, com o índice de referência da Coreia do Sul caindo 3,24% nas duas sessões desde a última segunda-feira (6), dia em que ganhou 5% depois que o país impôs novamente a proibição de vendas a descoberto.

Além disso, os investidores repercutiram a pesquisa Reuters Tankan, mostrando que a confiança dos empresários japoneses melhorou pela primeira vez desde agosto e que o humor do setor de serviços melhorou pelo segundo mês.

Shanghai SE (China), -0,16%
Nikkei (Japão), -0,33%
Hang Seng Index (Hong Kong), -0,58%
Kospi (Coreia do Sul), -0,91%
ASX 200 (Austrália), +0,26%

Petróleo

As cotações do petróleo operam com baixa, atingindo seu nível mais baixo em mais de três meses, depois dos dados da indústria terem mostrado um aumento acentuado na oferta de petróleo nos EUA, enquanto os dados econômicos mistos da China aumentaram as preocupações sobre a procura global de petróleo.

Petróleo WTI, -0,26%, a US$ 77,17 o barril
Petróleo Brent, -0,09%, a US$ 81,54 o barril

Agenda

Na agenda internacional, o grande destaque é o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell.

Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, a CMO (Comissão Mista de Orçamento) do Congresso Nacional aprovou ontem (7) o relatório preliminar da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2024 com a meta de déficit primário zero. Agora, qualquer eventual alteração na meta para o próximo ano terá de ser incluída em emenda ou uma alteração do próprio relator a ser votada pelo Congresso. Na seara de indicadores, estão previstas as divulgações das vendas no varejo de setembro, com consenso LSEG prevendo estabilidade na comparação com agosto e alta anual de 2,5%; e os índices IGP-DI e IPC-S pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Além disso, o Banco Central apresentará números de política fiscal e o fluxo cambial (dados semanais) enquanto o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgará a Pesquisa Mensal de Comércio e a Pesquisa Industrial Mensal, ambos de setembro.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg

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