Índices futuros em baixa após discurso otimista de Powell sobre o mercado de trabalho norte-americano

Para este ano, Powell prevê “quedas significativas na inflação”, o que trouxe ânimo aos investidores, que vê na fala dele um sinal de que a autoridade monetária seguirá mantendo o ritmo do aperto monetário mais fraco
8 de fevereiro de 2023

Os índices futuros dos EUA operam no negativo nesta manhã de quarta-feira (8), enquanto as bolsas da Europa operam em alta e as da Ásia fecharam mistas. Com temperaturas diferentes, os mercados globais repercutem o discurso do presidente do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, que ontem (7) disse ver com bons olhos o fato de o mercado de trabalho americano manter-se mais forte que o esperado.

Para este ano, Powell prevê “quedas significativas na inflação”, o que trouxe ânimo aos investidores, que vê na fala dele um sinal de que a autoridade monetária seguirá mantendo o ritmo do aperto monetário mais fraco, a exemplo do que ocorreu na última reunião, em que o Fed elevou os juros em 0,25 ponto percentual.

Sobre o relatório do mercado de trabalho mostrando que os EUA está com a mais baixa taxa de desemprego em mais de meio século (3,4%), Powell comentou que “não esperávamos que fosse tão forte”, mas “mostra por que achamos que esse será um processo que levará bastante tempo”.

Ainda no âmbito dos discursos que influenciam a economia mundial, o presidente dos EUA, Joe Biden, fez um apelo ao Congresso para que elevem o teto da dívida do governo e criticou os republicanos por se aproveitarem do impasse para forçar um corte de gastos. Biden também apoiou impostos mais altos para bilionários.

Para esta quarta-feira, investidores aguardam a divulgação de resultados da Disney e Robinhood após o fechamento dos mercados.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de terça-feira (7) em queda, destoando do tom positivo dos mercados internacionais. O principal índice da Bolsa brasileira caiu 0,82% , aos 107.829 pontos.

Segundo analistas do mercado financeiro, os investidores repercutiram hoje a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e ficaram de olho em eventuais sinalizações do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sobre o rumo de suas taxas de juros nos Estados Unidos. Na semana passada, o Fed elevou  a meta de taxa de juros em 0,25 ponto percentual, uma alta menor que as anteriores.

Nas negociações do dia, o dólar ganhou 0,50% frente ao real, fechando a R$ 5,199 na compra e a R$ 5,200 na venda.

Europa

As bolsas da Europa operam com alta na sessão de hoje, com os investidores atentos aos sinais emitidos pelo presidente do Fed, Jerome Powell. Na região, a divulgação de balanços corporativos também trouxe ânimo aos investidores, após os números positivos da petroleira norueguesa Equinor e da companhia de transporte marítimo Maersk, embora esta última preveja um 2023 mais difícil que o ano de 2022.

FTSE 100 (Reino Unido), +0,55%
DAX (Alemanha), +0,40%
CAC 40 (França), +0,25%
FTSE MIB (Itália), +0,30%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA estão no negativo nesta manhã de quarta-feira, em movimento contrário da véspera, quando Wall Street teve forte alta após o discurso do presidente do Fed, de que 2023 deve ser um ano de “quedas significativas na inflação”.

A fala de Jerome Powell veio em movimento contrário do esperado pelos investidores, uma vez que os dados do mercado de trabalho norte-americano, mais aquecido que o esperado, poderia forçar o Fed a recuar no afrouxamento do aumento dos juros.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,26%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,30%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,28%

Ásia

As bolsas da Ásia fecharam mistas, também repercutindo as falas de Jerome Powell. Na região, o Banco Central da Índia aumentou a sua taxa de juros em 0,25 ponto percentual, para 6,50% na base anual, em linha com as expectativas.

Já o Japão registrou superávit de 33,4 bilhões de ienes (US$ 254 milhões) em dezembro, segundo dados do Ministério das Finanças. O resultado ficou abaixo das estimativas de analistas, que previam um superávit de 98,4 bilhões de ienes.

Shanghai SE (China), -0,49%
Nikkei (Japão), -0,29%
Hang Seng Index (Hong Kong), -0,07%
Kospi (Coreia do Sul), +1,30%

Petróleo

Os preços do petróleo sobem pelo terceiro pregão consecutivo, com enfraquecimento do dólar após discurso do presidente do Fed na véspera e queda dos estoques de petróleo nos Estados Unidos.

De acordo com dados da American Petroleum Institute (API), os estoques de petróleo nos EUA caíram cerca de 2,2 milhões de barris na semana encerrada em 3 de fevereiro.

Petróleo WTI, +1,11%, a US$ 78,00 o barril
Petróleo Brent, +0,97%, a US$ 84,50 o barril

Agenda

Serão divulgados hoje  aos dados de estoques no atacado, com analistas esperando aumento de 0,1% em dezembro. Além disso, também são aguardados novos discursos de membros do banco central dos EUA.

Por aqui, no Brasil, no campo político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar ontem (7) o atual patamar da taxa básica de juros (Selic). O petista reclamou da política monetária conduzida pelo Banco Central e disse que o presidente da instituição “deve explicações ao Congresso”. Deputados governistas e senadores já se movimentam para convidar Roberto Campos Neto a explicar na Câmara e no Senado a política de juros da instituição. No campo econômico, sai hoje o índice IPC-S semanal.

Redação ICL Economia
Com informações das agências

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