As bolsas europeias e os índices futuros dos EUA estão operando em alta na manhã desta terça-feira (7), com os investidores aguardando o discurso do presidente do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, que poderá dar indicações dos próximos rumos da política monetária americana. Enquanto isso, os mercados asiáticos fecharam sem direção definida.
Powell participará do evento The Economic Club of Washington, oportunidade em que poderá esclarecer os próximos passos da política monetária e esclarecer comentários feitos após o aumento de 0,25 ponto percentual nos juros dos EUA na semana passada. A fala vem após o mercado de trabalho dos EUA ter registrado a menor taxa de desemprego (3,4%) em meio século, o que reduziu as apostas de mais cortes de juros ainda este ano.
Ontem (6), o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse em entrevista à Bloomberg que, se a economia continuar resiliente, como mostrou o relatório de empregos, o juro pode ser elevado mais do que o previsto inicialmente.
Ainda ontem, o terremoto que atingiu Turquia e Síria, que vitimou mais de 4 mil pessoas até o momento, chegou a trazer preocupações para o mercado de petróleo bruto. Mas a Turquia já ordenou a retomada do fluxo de petróleo bruto para o terminal de Ceyhan, porto que responde por 1% da oferta global.
Brasil
O Ibovespa fechou o pregão de segunda-feira (6) em alta, apoiado nos ganhos das ações da Petrobras. O principal índice da Bolsa brasileira subiu 0,18%, aos 108.721 pontos.
Segundo analistas do mercado financeiro, o foco dos investidores de hoje esteve sobre as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que criticou a política de juros do Banco Central. Em cerimônia no Rio de Janeiro, que marcou a posse do ex-ministro Aloizio Mercadante na presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Lula afirmou que o Brasil tem uma “cultura” de juros altos que “não combina com a necessidade de crescimento” do país.
Nas negociações do dia, o dólar fechou em alta de 0,51%, negociado a R$ 5,173.
Europa
As bolsas da Europa operam com alta nesta terça-feira, enquanto investidores aguardam o discurso do presidente do Fed dos EUA e continuam avaliando as perspectivas econômicas globais.
A petrolífera BP reportou hoje lucros líquidos anuais recordes, de US$ 27,7 bilhões em 2022, ante US$ 12,8 bilhões do ano anterior, impulsionados pela disparada dos preços dos combustíveis fósseis.
FTSE 100 (Reino Unido), +0,47%
DAX (Alemanha), -0,16%
CAC 40 (França), +0,03%
FTSE MIB (Itália), +0,13%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam com alta hoje, com todo o mercado de olho no discurso de Jerome Powell, principalmente depois que o mercado de trabalho dos EUA ter mostrado mais vigor que o esperado, o que indica que a redução dos juros deva ser postergada.
Dow Jones Futuro (EUA), +0,01%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,17%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,39%
Ásia
As bolsas da Ásia-Pacífico fecharam mistss na sessão de hoje, com investidores digerindo a elevação da taxa de juros do Reserve Bank of Australia de 0,25 ponto percentual, em linha com as expectativas. Já no campo corporativo, o Softbank registrou prejuízo líquido de 783,42 bilhões de ienes (US$ 5,93 bilhões) no período de três meses encerrado no último mês de 2022, ante lucro de 20,67 bilhões de ienes obtido no mesmo período de 2021. Por isso, as ações da instituição financeira caíram 1% no fechamento do mercado de Tóquio.
Shanghai SE (China), +0,29%
Nikkei (Japão), -0,03%
Hang Seng Index (Hong Kong), +0,36%
Kospi (Coreia do Sul), +0,55%
Petróleo
Os preços do petróleo sobem pela segunda sessão consecutiva, impulsionados pelo otimismo sobre a recuperação da demanda na China e pelas preocupações com a escassez de oferta após o fechamento de um importante terminal de exportação depois do terremoto na Turquia.
Petróleo WTI, +2,47%, a US$ 75,94 o barril
Petróleo Brent, +2,20%, a US$ 82,77 o barril
Agenda
Nos EUA, será divulgada hoje a balança comercial de dezembro, com o consenso Refinitiv prevendo superávit de US$ 68,5 bilhões. Mas a grande expectativa do mercado é com o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, em um evento hoje em Washington (14h40 no horário de Brasília).
Por aqui, no Brasil, no campo político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar ontem a atuação do Banco Central na condução da política monetária do país e voltou a questionar o atual patamar da taxa básica de juros (a Selic), mantida em 13,75% ao ano pelo Copom (Comitê de Política Monetária). Causou estranheza na equipe econômica do governo o comunicado que acompanhou a decisão do Copom, ao dizer que incertezas fiscais e expectativas de piora da inflação em horizontes mais longos requerem uma política monetária mais cuidadosa. A propósito desse tema, hoje, o Copom divulga a ata da última reunião. Também será divulgado o IGP-DI de janeiro, com consenso Refinitiv prevendo alta de 0,33% na comparação com dezembro.
Redação ICL Economia
Com informações das agências