Informações contraditórias e incertezas sobre economia americana fazem índices futuros de NY e bolsas europeias operarem em queda nesta manhã (19)

Indicações indefinidas do Fed e mudanças no mercado de trabalho norte-americano deixam investidores incertos sobre o futuro da economia americana
19 de agosto de 2022

Os índices futuros de Nova York e as bolsas europeias estão operando com recuo na manhã desta sexta-feira (19), como consequência dos dados da economia americana, os quais deixam um cenário de incertezas sobre o futuro da política monetária dos EUA. O percurso dos mercados deve continuar sem rumo certo até pelo menos a próxima semana, quando acontece a reunião de bancos centrais nos EUA, entre 25 a 27 de agosto. A partir daí, os investidores poderão formular percepções a respeito dos próximos passos do Fed (Federal Reserve) a respeito da política de alta da taxa dos juros na reunião de setembro. 

Até o momento, os investidores têm se sentido desorientados com a chuva de informações contraditórias, tanto de indicadores macroeconômicos como dos dirigentes regionais do Fed. Isso porque a autoridade monetária, ao divulgar a ata da última reunião nesta semana, deu indicações de que deve abrandar a política de alta de juros para controlar a inflação. Enquanto isso, dirigentes do banco central americano deram declarações no sentido de que ainda não se deve baixar a guarda, pois a inflação, apesar do recuo recente, permanece insistentemente alta e, por isso, ainda é alvo de preocupações.

Outro aspecto é que as notícias do mercado de trabalho norte-americano também dão indicações de que o aquecimento visto até agora pode estar chegando a um ponto de inflexão. Além de startups de tecnologia, grandes empresas, como Oracle, Apple e Walmart, estão demitindo e suspendendo contratações nos EUA, com o objetivo de reduzir os custos diante de uma inflação alta e das perspectivas de continuidade da política de aumento dos juros. Paira no ar o sentimento de que outras empresas devem seguir pelo mesmo caminho, como tem indicado pesquisas com grandes executivos.

Enquanto os índices dos EUA e da Europa operam no negativo, do outro lado do mundo, os mercados asiáticos fecharam mistos nesta manhã.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de quinta-feira (18) perto da estabilidade, mas registrou o quinto avanço consecutivo, mesmo com movimentos de realização de lucros prejudicando o desempenho das ações. O principal índice da Bolsa brasileira subiu 0,09%, a 113.813 pontos. Com o resultado de hoje, o Ibovespa passou a acumular avanço de 0,93% na semana e de 10,32% no mês. No ano, a alta é de 8,58%.

Segundo analistas do mercado financeiro, os ativos de risco tiveram bom resultado na semana com a perspectiva de que o Banco Central encerrou ou deve concluir em breve o ciclo de alta da taxa básica de juros, atualmente em 13,75% ao ano. No Brasil, entre os destaques de ontem na bolsa esteve a Petrobras, cujas ações subiram 2%, acompanhando a alta dos preços do petróleo. Além disso, a agenda econômica do dia teve como destaque o leilão de concessão do aeroporto de Congonhas e mais 14 aeroportos.

O dólar fechou com alta de 0,08% frente ao real, cotado a R$ 5,172 na compra e na venda.

Europa

Os mercados europeus operam em baixa com os investidores ainda digerindo os dados de vendas no varejo do Reino Unido de julho e o índice preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) alemão. O volume de vendas no varejo do Reino Unido cresceu 0,3% na base mensal, mas recuou 3,4% na base anual. Enquanto isso, o PPI alemão apresentou crescimento de 5,3% na base mensal, bem acima do consenso de 0,6%.

FTSE 100 (Reino Unido), -0,24%
DAX (Alemanha), -0,87%
CAC 40 (França), -0,72%
FTSE MIB (Itália), -1,38%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam no negativo nesta manhã de sexta-feira, com os investidores indecisos sobre os caminhos que o Fed (Federal Reserve) adotará na condução da política monetária. O Fed precisa continuar elevando as taxas de juros para controlar a inflação elevada, segundo algumas autoridades, mas a incerteza está na dose como isso será feito na reunião de setembro.

A presidente da distrital do Fed em São Francisco, Mary Daly, disse não acreditar que os EUA estejam se encaminhando para uma recessão econômica, considerando-se os gastos com consumo e a situação do mercado de trabalho. Por outro lado, ela admitiu que a inflação dos EUA está muito elevada ao mesmo tempo em que ressaltou que o mercado de trabalho americano também está muito forte.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,58%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,78%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,97%

Ásia

As bolsas da Ásia-Pacífico fecharam sem rumo certo nesta manhã, com destaque para o Shanghai Composite, que caiu 0,59%, para 3.258,08. Já o Nikkei, do Japão, fechou estável após a inflação de julho subir para 2,6%, de 2,4% em junho. O resultado ficou acima das expectativas de 2,2% e acima da meta do Banco do Japão de 2,0%.

Shanghai SE (China), -0,59%
Nikkei (Japão), -0,04%
Hang Seng Index (Hong Kong), +0,05%
Kospi (Coreia do Sul), -0,61%

Petróleo

Os preços do petróleo recuam nesta sexta-feira após fechar em alta por duas sessões consecutivas. Mais cedo, os contratos operavam em alta impulsionados pela esperança de uma forte demanda por combustível, depois de uma queda acima do esperado nos estoques de petróleo dos EUA, afastando as preocupações sobre uma desaceleração econômica global.

Petróleo WTI, -1,33%, a US$ 89,30 o barril
Petróleo Brent, -1,41%, a US$ 95,23 o barril

Agenda

A semana termina sem a divulgação indicadores relevantes nos EUA. Mas está no radar do mercado o resultado melhor do que o esperado e perspectivas otimistas da empresa de equipamentos semicondutores Applied Materials, divulgados ontem (18). As ações da empresa subiram cerca de 2% no after-hours.

Por aqui, no Brasil, no cenário político, pesquisa Datafolha divulgada ontem confirma o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na liderança da disputa pelo Palácio do Planalto, com o presidente Jair Bolsonaro (PL),o segundo colocado, diminuindo a desvantagem. Já a agenda de indicadores econômicos está esvaziada nesta sexta-feira. No front corporativo, acionistas da Petrobras vão eleger o novo conselho de administração da petroleira, às 13h.

Redação ICL Economia
Com informações das agências

 

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