Indústria siderúrgica nacional pede liberação de maior entrada de aço nos Estados Unidos

A suspensão do sistema de cotas imposto seria bem-vinda para as siderúrgicas brasileiras
16 de março de 2022

A indústria siderúrgica nacional pediu que o Ministério das Relações Exteriores tente retomar negociações com autoridades dos Estados Unidos para revogar as medidas que limitam as vendas de produtos semiacabados, sobretudo placas de aço. Os Estados Unidos importam mais de 1 milhão de toneladas de placas de aço da Rússia.

A escalada das tensões geopolíticas e sanções impostas às empresas russas fortalece os argumentos em favor do Brasil, nono maior produtor mundial de aço. A informação é do presidente do conselho diretor do Instituto Aço Brasil, Marcos Faraco, que ressalta a capacidade do Brasil de suprir essa demanda.

No mês passado, o Japão chegou a um acordo para zerar tarifas sobre a maior parte do aço que vende para os EUA.

A suspensão do sistema de cotas imposto pelo então presidente Donald Trump em 2018 seria bem-vinda para as siderúrgicas brasileiras, que enfrentam alta de custos diante das crescentes limitações nos mercados de energia e carvão por causa da guerra.

As companhias brasileiras estão tentando trazer carvão dos EUA, Canadá e Austrália para substituir o que vinha da Rússia e Ucrânia. Há pressa porque os estoques existentes são suficientes para 120 a 150 dias, segundo Faraco.

O encarecimento do carvão reforça o plano do Aço Brasil de produzir mais a partir de sucata, que gera cerca de 90% menos emissões de gases causadores do efeito estufa do que o produto feito a partir de minério de ferro e carvão. O Brasil não é autossuficiente, mas exporta de 10 a 15% da sucata ferrosa que produz.

O instituto discute com as autoridades medidas em prol da sucata, como um programa de renovação da frota com incentivos à retirada de veículos antigos de circulação, seu uso para produção de sucata para a siderurgia e, na ponta final, a produção de veículos novos com menor pegada de carbono.

Redação ICL Economia
Com informações da Bloomberg

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