‘Inflação de alimentos é algo muito fácil de ser resolvido’, diz o economista André Modenesi

Em entrevista aos economistas e apresentadores do ICL Mercado e Investimentos, Deborah Magagna e André Campedelli, o professor associado ao Instituto de Economia da UFRJ falou da importância da Conab na segurança alimentar do Brasil, entre outros assuntos.
10 de maio de 2024

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu importar arroz devido à tragédia climática no Rio Grande do Sul, para evitar, assim, uma possível inflação de alimentos. O estado responde por cerca de 70% da produção nacional do cereal, e o Executivo quer garantir que uma possível escassez do produto não afete os preços e, consequentemente, a inflação de alimentos.

Para o economista André Modenesi, solucionar o problema da inflação de alimentos “é muito fácil”. “Existe teoria para isso e existe experiência histórica para isso”, disse o professor associado ao Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pesquisador do CNPq e Cientista do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ).

Em entrevista aos economistas e apresentadores do ICL Mercado e Investimentos, Deborah Magagna e André Campedelli, veiculada na edição de ontem (9) no canal do ICL Notícias no YouTube, ele lembrou que houve uma “decisão política de desmonte de toda a estrutura” para garantir uma regulação de preços dos alimentos em momentos de tragédia como a que o país vive atualmente.

Modenesi se refere à decisão deliberada, a partir do governo de Michel Temer (2016-2018), de desmontar a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), que garantia estoques de alimentos para momentos de crise, e que o governo Lula 3 tenta retomar agora.

“Em 2020, quando a gente tem aquela maior pressão na cesta básica e bem particular nos alimentos, a gente estava desprovido de uma política de regulação de estoque ou de uma política de segurança alimentar. Na verdade, após o governo Temer, o que a gente verificou foi um total desmonte da política de segurança alimentar, e aí, quando a gente tem esses momentos de maior pico na demanda, a gente não está provido de estoques reguladores”, explicou.

Os estoques, segundo ele, podem ser usados para compensar a alta na demanda, como de importadores do Brasil, como a China, “seja em função de um impacto de uma desvalorização cambial”.

“A ideia é que em momentos de maior demanda, a Conab entre desovando seus estoques retirando uma pressão baixista sobre os preços, ao passo que, em momentos de menor demanda, ela entre recomprando seus estoques. O problema é que os estoques foram zerados”, frisou.

Na entrevista ele também comentou a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central de reduzir o ritmo de corte da taxa básica de juros, a Selic, de 0,50 ponto percentual para 0,25 p.p.

Assista à entrevista completa do economista André Modenesi no vídeo abaixo:

Redação ICL Economia
Com informações do ICL Mercado e Investimentos

 

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