A inflação dos EUA, medida pelo PCE (índice de preços de gastos com consumo, na sigla em inglês), subiu 0,3% no mês de maio, um pouco abaixo das expectativas do mercado, de 0,4% no período. Contudo, no acumulado do ano até maio, o PCE soma alta de 4,7%, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (30) pelo Departamento de Comércio americano.
O PCE é um importante indicador da inflação dos EUA, pois é com base nele que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) estabelece as métricas a respeito da taxa básica de juros do país, decisão que interfere nos mercados acionários no mundo todo.
No entanto, em sua base o PCE não agrega os preços mais voláteis, como os itens de alimentos e energia. Por essa razão, se forem considerados esses elementos, a inflação dos EUA de consumo fechou em 0,6% em maio e em 6,3% na anual acumulada até o período analisado.
Isso significa que a denominada inflação dos EUA é maior, uma vez que preços de alimentos e energia, que acumulam alta de 11,0% e 35,8% em um ano, respectivamente, têm sido pressionados.
Como a economia americana é um importante balizador do que acontece no restante do mundo, teme-se que uma inflação mais alta force o Fed a ser mais austero na definição da taxa básica de juros.
Inflação dos EUA em alta e PIB em trajetória de queda
Ontem (29), o Departamento de Comércio anunciou queda de 1,6% no PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre de 2022, na comparação anual. O resultado ficou um pouco pior do que esperavam analistas, que projetavam a baixa em 1,5%.
A divulgação do resultado do PIB jogou uma ducha de água fria nos mercados no mundo todo. Na manhã desta quinta-feira, as principais bolsas de valores do mundo, inclusive o Ibovespa, operavam em baixa, levadas pelo temor de que a guerra da Rússia contra a Ucrânia dure mais que o esperado e, também, devido às pressões inflacionárias vividas pelas principais economias.
Em sua participação no canal ICL Notícias no YouTube, nesta manhã, o economista do ICL André Campedelli disse que o PIB em queda e a inflação em alta representam um perigo. “É uma situação complicada, pois já temos um sinal amarelo ligando nos Estados Unidos e também na Europa. Isso significa que pode vir uma turbulência mundial aí”, pontuou.
“Não estamos falando de uma situação periférica, estamos falando de algo que está acontecendo no coração do capitalismo, que são os Estados Unidos”, emendou o economista e apresentador do programa, Eduardo Moreira.
Redação ICL Economia
Com informações das agências