Estudo produzido pela PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) aponta que a inflação dos alimentos que compõem a cesta básica chegou a 12,67% no acumulado de 12 meses até fevereiro no Brasil.
Esse resultado demonstra que o indicador voltou a ficar acima do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o que não ocorria desde outubro do ano passado. Até fevereiro, o IPCA teve avanço de 10,54% em 12 meses. A divulgação do estudo foi publicada na Folha de S. Paulo, nesta sexta (18).
O indicador avalia a variação dos preços de 13 alimentos que compõem a cesta básica e apenas comprovam o que todos os brasileiros veem quando vão as compras no supermercado: a alta quase diária nos preços nos alimentos.
A inflação dos alimentos afeta com intensidade maior a população com renda mais baixa, transformando, para muitos, o ato de comer em um luxo.
Salário Minimo
De acordo com pesquisa divulgada nesta sexta (18) pelo Dieese, a cesta básica mais cara do país é a de São Paulo, com valor de R$ 715,65, seguida por Florianópolis com um preço de R$ 707,56, Rio de Janeiro com valor de R$ 697,37 e Porto Alegre com preço de R$ 695,91. As de menor custo foram observadas na região Nordeste, em Aracaju o preço é de R$ 516,82, em Recife com custo de R$ 549,20 e em João Pessoa com preço de R$ 549,33. As variações observadas nos preços das cestas básicas entre janeiro e fevereiro ficaram acima da inflação de alimentos, que foi de 1,2% neste mês. A cesta básica em Brasília teve aumento de 2,57%, enquanto a de Salvador subiu 2,28%, a de Goiânia 2,59% e a de Campo Grande em 2,78%. O maior aumento foi registrado em Porto Alegre, de 3,4% no mês.
Além disso, o Dieese divulgou o valor do salário mínimo necessário para suprir as necessidades de alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. Segundo o cálculo do Dieese, o valor seria de R$ 6.012,18, ou seja, 4,96 vezes superior ao valor atual do salário mínimo, que atualmente é de R$ 1.210.
Pesquisa IPEA
Esta semana (quarta, 16), pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) também constatou que, embora a inflação tenha aumentado para todas as faixas de renda em fevereiro, quando se olha para o IPCA acumulado dos últimos 12 meses, percebe-se que os mais pobres são os que mais sofrem com a escalada de preços. Para as famílias de renda muito baixa, a inflação anual já está à beira dos 11%.
Segundo o Ipea, no mês passado houve aumentos em produtos como feijão (9,4%), farinha de trigo (2,8%), biscoito (2,3%), macarrão (1,1%), café (2,5%), leite (1%) e pão (1%). Alimentos in natura também ficaram mais caros, especialmente batata (23,5%), cenoura (55,4%) e repolho (25,7%).
Enquanto que para as famílias de renda muito baixa o IPCA chega a 10,9% nos últimos 12 meses, para os lares de renda alta, esse índice fica em 9,7%. Isso só demonstra que quanto mais pobre no Brasil, mais se sofre com a inflação.
Redação ICL Economia