No encontro de 100 dias de governo, ocorrido na segunda-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também cobrou medidas dos ministros, presentes no evento. Dentre elas, o Desenrola, juros mais baratos dos bancos privados, programa de saúde voltado à classe mais pobre, fim da fila para os serviços da previdência social, obras de prevenção a desastres causados por cheias e deslizamentos, entre outras.
Promessa de campanha, a intenção do governo é que o ‘Desenrola” saia do papel e, finalmente, seja lançado logo após o marco dos 100 dias de governo. Lula pediu aos ministros que “desenrolem” o programa. A medida é voltada para renegociação de dívidas e funcionará como uma plataforma única para centralizar as demandas de pessoas endividadas e intermediar a negociação com as empresas.
Para o ministro Márcio França (Portos e Aeroportos), Lula afirmou que a construção de uma empresa de carga perto do aeroporto de Brasília poderia atrapalhar o acesso ao aeroporto internacional da capital federal e cobrou que ele procure a empresa e que a convide para “procurar outro trajeto”.
Em relação à previdência privada, Lula afirmou não saber o que está acontecendo, mas pediu ao ministro Carlos Lupi (Previdência Social) para, como era no passado, acabar com a fila da previdência social e com a espera para requerer a aposentadoria.
O presidente afirmou que vai tirar do papel obras de prevenção e desastres causados por cheias e deslizamentos e pediu ao ministro Jader Filho (Cidades) que priorize acabar com as palafitas.
Durante evento de 100 dias de governo, Lula voltou a criticar a taxa de juros e disse que estão brincando com o País
Durante o evento dos 100 dias de governo, Lula voltou a criticar a alta taxa de juros, estipulada pelo Banco Central, e afirmou que a taxa “é muito alta” e “estão brincando com País”.
O presidente aproveitou seu discurso, na reunião de balanço dos 100 dias de governo no Palácio do Planalto, para fazer desagravo ao ministro Fernando Haddad (Fazenda) e cobrar medidas de titulares, de forma direta ou não.
“Ninguém acredita no governo que acorda todo dia [e diz]: ‘Ah o PIB não vai crescer, ah porque a economia não está muito boa, ah porque o FMI disse tal coisa, ah porque o Banco Mundial disse tal coisa, ah porque o mercado financeiro disse tal coisa’. Olha, se a gente for governar pensando nisso, é melhor desistir. É importante que essa gente fale para a gente fazer diferente do que eles querem que a gente faça”, disse Lula.
Lula elogiou o projeto do novo marco fiscal apresentado pelo ministro da Fazenda. “Haddad, de vez em quando eu sei que você ouve algumas críticas, tenho que elogiar você e a equipe que trabalharam porque certamente, em se tratando de economia, em se tratando de política tributária, a gente nunca vai ter 100% de solidariedade”, disse o presidente.
Em defesa do ministro da Educação, Camilo Santana, sobre o novo Ensino Médio, Lula afirmou que o titular do MEC cumpriu a decisão do governo de manter o modelo e que foi “democrático” ao abrir uma discussão para implementar melhoras.
O presidente afirmou que não quer que os bancos percam dinheiro, mas que dinheiro bom “não é dinheiro em cofre”. Por isso, pediu aos bancos públicos a cobrança de empréstimos a juros mais baratos do que os bancos privados.
Para a ministra da Saúde, Nísia Trindade, Lula afirmou que vai passar a cobrar comprovante de vacinação de todos aqueles que frequenta e trabalham no Palácio do Planalto. Lula também quer a implementação de um programa de saúde voltado à classe mais pobre.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias